Summary: | A emergência do Mycobacterium tuberculosis resistente aos antibacilares de primeira linha, constitui um problema de saúde pública mundial de extrema importância. A tuberculose multirresistente, definida por resistência pelo menos à isoniazida e à rifampicina, representa um desafio aos programas de controlo da tuberculose, uma vez que o tratamento de tais casos é complexo, com recurso a fármacos de segunda linha, mais dispendioso e frequentemente com menos sucesso que o tratamento de estirpes sensíveis. A cirurgia tem um papel adjuvante em pacientes seleccionados. Portugal, apesar de ter vindo a registar na última década, uma diminuição acentuada da prevalência da tuberculose multirresistente, continua com uma das taxas mais elevada da Europa Ocidental. Embora alguns estudos sugiram uma associação entre a tuberculose multirresistente e a infecção por VIH, a convergência destas duas epidemias não está claramente explicada. Contudo, muitos factores podem contribuir para um risco mais elevado de tuberculose multirresistente nos pacientes infectados com VIH. A sua prevenção através de um Programa de Luta Contra a Tuberculose é de grande importância. Para tal, é necessário dotar as estruturas de saúde com recursos humanos, laboratoriais e financeiros e um compromisso político de forma a garantir um correcto funcionamento do Plano Nacional de Luta contra a Tuberculose. Actualmente, decorrem vários estudos para o desenvolvimento de novos fármacos para o tratamento da tuberculose e de novos sistemas de transporte dos antibacilares.
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