Resumo: | A descrição do quotidiano das tropas portuguesas em campanha, durante a Grande Guerra, levanta diversos problemas de natureza histórica, pois foram três os teatros de operações onde actuaram e cada um deles com características geográficas e tácticas diferentes. Com efeito, enquanto no sul de Angola as operações militares decorreram ainda a guerra não havia sido declarada a Portugal e continuaram depois das forças germânicas se terem rendido à África do Sul, porque, de facto, o que na realidade se passou foi um processo de pacificação dos gentios revoltados, envolvendo uma força militar que se teve de manter em constante alerta contra as investidas indígenas, no norte e centro de Moçambique as forças militares portuguesas, operando, por vezes em conjugação com as tropas britânicas, tiveram de lutar contra forças militares germânicas, que actuaram de modo pouco ou nada convencional, na medida em que conduziram uma campanha com características guerrilheiras em constante movimento e saqueando o que podiam para sobreviver dentro do território daquela província ultramarina portuguesa; em França já as condições divergiram totalmente, porque a campanha se desenrolou, na prática, sem alterações da frente nem deslocações de tropas, que viveram cerca de um ano em trincheiras diante do inimigo.
|