Barreiras ao rastreio do cancro do colón e reto

Introdução: Entre as doenças oncológicas, o cancro do cólon e reto é o que apresenta maior incidência e mortalidade, sem diferenças para o género, sendo a segunda principal causa de morte, em Portugal. Há evidência de que o rastreio desta patologia é capaz de reduzir estes indicadores. Contudo, as t...

Full description

Bibliographic Details
Main Author: Gomes, Joana Lapa (author)
Format: masterThesis
Language:por
Published: 2013
Subjects:
Online Access:http://hdl.handle.net/10400.6/1361
Country:Portugal
Oai:oai:ubibliorum.ubi.pt:10400.6/1361
Description
Summary:Introdução: Entre as doenças oncológicas, o cancro do cólon e reto é o que apresenta maior incidência e mortalidade, sem diferenças para o género, sendo a segunda principal causa de morte, em Portugal. Há evidência de que o rastreio desta patologia é capaz de reduzir estes indicadores. Contudo, as taxas de realização do rastreio permanecem aquém do desejável. São múltiplos os fatores que influenciam decisivamente o sucesso de um programa de rastreio. A eficiência dos exames e a adesão dos indivíduos-alvo devem ser salientadas, tal como o envolvimento dos médicos de família. Objetivos: 1) Averiguar os conhecimentos, crenças e atitudes, dos utentes e médicos dos Cuidados_de_Saúde_Primários_da_Covilhã, em relação ao cancro do cólon e reto e ao seu rastreio; 2) Identificar eventuais barreiras à implementação e prática do rastreio do cancro do cólon e reto relacionadas com os médicos e utentes dos Cuidados_de_Saúde_Primários da Covilhã; 3) Fornecer informação que possa ser útil aos profissionais de saúde e legisladores, no âmbito da prevenção e rastreio do cancro do cólon e reto. Métodos: Elaboraram-se e aplicaram-se dois questionários distintos, um para os médicos e outro para os utentes. A amostragem foi do tipo acidental para os utentes e quanto aos médicos todos foram convidados a participar. Fez-se análise descritiva quantitativa das variáveis contidas nos questionários e também análise bivariada para testar possíveis associações entre estas. Calcularam-se Intervalos de Confiança a 95% para um nível de significância de 0,05. Resultados: A taxa de adesão dos utentes ao rastreio do cancro do cólon e reto foi de 49,1% (IC_39,8_–_58,4). Verificou-se que o aconselhamento médico influencia positivamente a adesão (p2=0,000) e a principal razão para a não adesão dos utentes foi a falta de recomendação médica. Observou-se que os utentes com mais conhecimento sobre a doença aderiram mais ao rastreio (pMW=0,008) e que a existência de vulnerabilidade percebida facilita a recomendação pelo médico (p2=0,041). A barreira mais referida pelos médicos foi a não realização dos exames pelos utentes. No conhecimento, os médicos apresentaram falhas na idade para iniciar e finalizar o rastreio, bem como na frequência de realização de cada exame. Conclusões: Para ultrapassar as barreiras ao rastreio do cancro do cólon e reto, é essencial garantir a promoção do mesmo pelos médicos de família, de forma sistemática e organizada. Simultaneamente, é preciso continuar a sensibilizar e responsabilizar a população para esta questão através de medidas que aumentem o conhecimento geral sobre o tema.