Mentira e ansiedade social : comparação do discurso e do desenho na deteção de mentira

Muitas são as estratégias estudadas e implementadas na deteção de mentira. Estratégias que variam entre a observação do sujeito, a análise do seu discurso e o estudo de medidas psicofisiológicas. A estratégia de utilizar o desenho como detetor de mentira, sendo este utilizado como ferramenta complem...

Full description

Bibliographic Details
Main Author: Cardoso, Paula Cristina Pinto (author)
Format: masterThesis
Language:por
Published: 2015
Subjects:
Online Access:http://hdl.handle.net/10773/14153
Country:Portugal
Oai:oai:ria.ua.pt:10773/14153
Description
Summary:Muitas são as estratégias estudadas e implementadas na deteção de mentira. Estratégias que variam entre a observação do sujeito, a análise do seu discurso e o estudo de medidas psicofisiológicas. A estratégia de utilizar o desenho como detetor de mentira, sendo este utilizado como ferramenta complementar à entrevista de recolha de informação (ERI), tem-se mostrado útil pelo aumento da precisão na discriminação entre mentirosos e inocentes. Principalmente, pelo seu uso estratégico de questão inesperada em interrogatório. O objetivo deste estudo consiste em verificar a utilidade do uso do desenho, como ferramenta de deteção de mentira, em indivíduos com diferentes níveis de ansiedade social (baixo ou elevado). As pistas de nervosismo são tidas, em inúmeros casos, como pistas de mentira, sendo os indivíduos com maior ansiedade social propícios as serem identificados erradamente como mentirosos, devido a essas pistas de nervosismo. Para isso, as hipóteses prendem-se com o esperar que os indivíduos com maior ansiedade social sejam percecionados como menos verdadeiros, menos plausíveis e com um discurso menos detalhado, comparativamente com os de baixa ansiedade social. Da mesma forma, espera-se que no método desenho esses níveis de plausibilidade e detalhe aumentem, devido à menor interação entre entrevistado e entrevistador, comparativamente com a entrevista de recolha de informação. Neste estudo participaram 83 entrevistados e 166 observadores, alunos da Universidade de Aveiro. Os 83 entrevistados foram, individualmente, chamados a realizar uma tarefa experimental - preparar (inocentes), ou não (mentirosos), um gabinete para receber um novo Professor Universitário. Posterior a essa tarefa, foram entrevistados (entrevista filmada) sobre o que fizeram e como ficou o gabinete depois de ser preparado, assim como, solicitado esse mesmo registo em papel com recurso a um desenho. O objetivo seria convencer as entrevistadoras de que tinham, de facto, preparado o gabinete, mesmo quando isso era mentira. Os 166 observadores avaliaram, posteriormente, uma entrevista ou um desenho nas dimensões: plausibilidade, detalhe e veracidade. Como principais resultados, discutidos e interpretados no final, a discriminação entre mentirosos e inocentes revelou-se significativa com o uso da entrevista e próxima de significativa com o desenho, quando os observadores tinham conhecimento das instruções (o que fazer para preparar o gabinete) recebidas pelos entrevistados. Os resultados das taxas de acerto revelaram-se superiores para inocentes, independentemente do seu nível de ansiedade ou do método utilizado. No método entrevista é percebido uma maior plausibilidade e detalhe, comparativamente com o desenho.