Resumo: | Este artigo estudo os conceitos de espécie, classificação e evolução segundo Hegel, tanto no seu uso natural quanto lógico. Hegel critica uma concepção essencialista da espécie e do universal, substituindo-a pelo denominado “conceito”. Este tem uma manifestação privilegiada na ideia de vida, tanto ao nível da lógica quanto da natureza. A vida exemplifica do modo mais claro o “universal concreto” hegeliano e permite, por isso, caracterizar também o sistema da filosofia de Hegel em geral. Observa-se também como o conceito hegeliano de espécie pode apresentar-se, em alguns aspectos importantes, como uma versão filosófica do denominado “conceito biológico de espécie” proposto principalmente por E. Mayr. Como resultado deste estudo, conclui-se que a recusa explícita por Hegel da evolução das espécies deve ser entendida não como expressão de uma incompatibilidade da filosofia da natureza hegeliana com a teoria da evolução por selecção natural de Darwin, mas como a recusa de concepções quer metafísicas quer filosoficamente reducionistas dos processos naturais e históricos de desenvolvimento.
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