Summary: | Partindo da obra de Georg Simmel sobre Rembrandt procura-se caracterizar o auto-retrato como um momento íntimo de confronto e de pesquisa sobre a nossa interioridade e individualidade. O carácter efémero da vida, onde é constante a presença da morte, está por excelência presente em todo o auto-retrato. Este nasce pelo desenho que o desenvolve numa continuidade onde o passado se projecta no presente. O rosto é a soma de uma duração que molda a fisionomia, a expressão e a variação numa tensão que traz para o presente o passado que se refaz num agora. Assim, o auto-retrato, mais do que o retrato, encerra em si a possibilidade de transmitir aquilo que o sujeito tem de único e distinto enquanto indivíduo. Neste sentido, o auto-retrato representa o conhecimento de uma individualidade sentida no próprio processo da vida, tomada da corrente da vida e na unidade da sua existência.
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