DPOC: avaliação multidimensional de doentes com doença pulmonar obstrutiva crónica

Introdução: Em concordância com o enfoque actual da literatura científica, é necessário abordar o impacto da Doença Pulmonar Obstrutiva Crónica (DPOC) numa perspectiva multidimensional tendo em vista o prejuízo sistémico desta doença, reflectido, por exemplo, na intolerância aos esforços [1]. Realiz...

Full description

Bibliographic Details
Main Author: Aguiar, Ana Rita Cardoso de (author)
Format: masterThesis
Language:por
Published: 2012
Subjects:
Online Access:http://hdl.handle.net/10400.6/742
Country:Portugal
Oai:oai:ubibliorum.ubi.pt:10400.6/742
Description
Summary:Introdução: Em concordância com o enfoque actual da literatura científica, é necessário abordar o impacto da Doença Pulmonar Obstrutiva Crónica (DPOC) numa perspectiva multidimensional tendo em vista o prejuízo sistémico desta doença, reflectido, por exemplo, na intolerância aos esforços [1]. Realizámos de uma maneira simples e eficaz tal avaliação com a Prova de Marcha de 6 minutos (PM6) [2] no sentido da melhor compreensão dos factores que podem influenciar a sua performance. Objectivos: Correlacionar a distância percorrida (em metros) na PM6 com o grau de obstrução DPOC, com a difusão de monóxido de carbono‐ CO ‐(DLCO), com a saturação periférica de O₂ (SpO₂) inicial e final e ΔSpO₂, com a frequência cardíaca (FC) inicial e final e a variação respectiva, com o Índice de Massa Corporal (IMC) e, por fim, com a Escala de Dispneia Modificada do Medical Research Council (MMRC). Verificar também se há correlação entre o grau de dispneia e grau de fadiga aplicado pela Escala de Borg e o estádio da doença. Materiais e Métodos: Foram estudados 50 doentes portadores de DPOC acompanhados na Consulta Externa de Pneumologia do Centro Hospitalar da Cova da Beira (CHCB). As variáveis fisiológicas e funcionais foram correlacionadas com a distância percorrida na PM6. Realizou‐se a espirometria, a pletismografia e determinação da difusão, bem como o cálculo do IMC e a PM6, que avaliou: FC, SpO2, Escala de Borg para dispneia e fadiga pré e pós PM6, avaliação da dispneia através da Escala do MMRC, bem como a distância final percorrida (em metros). Resultados: Não se encontraram correlações entre a distância e o grau de obstrução/estádio da doença, nem com a SatO₂ e a FC pré e pós PM6 bem como com a ΔSatO₂, a ΔFC e a MMRC. Também, não foram encontradas correlações entre o IMC dos doentes dos estádios II e III com a distância por eles percorrida na PM6, bem como entre o grau de dispneia e grau de fadiga aplicados pela Escala de Borg com os estádios II e IV da doença. Encontrou‐se correlação significativa da distância com a DLCO (r=0.295;p<0.05) e com o IMC dos doentes do estádio IV (r=0.919;p<0.05). A correlação do grau de dispneia aplicado pela Escala de Borg foi negativa e significativa com o estádio III da doença (r=‐0.501;p<0.05). Conclusão: Não existe correlação ente o grau de obstrução ao fluxo aéreo e a distância na amostra estudada. A DLCO e o IMC dos doentes do estádio IV foram os únicos parâmetros que se correlacionaram significativamente com a distância percorrida na PM6.