China e países do Sudoeste Asiático versus Japão: uma aliança estratégica em defesa do status quo

Depois de ter alcançado o reconhecimento internacional como membro permanente do CSNU, em detrimento de Taiwan, em 1971, a RPC, volvidas quase quatro décadas, tem um novo desafio a enfrentar. O Japão prepara-se para se candidatar a membro permanente do CSNU e a China poderá vir a ter de partilhar a...

Full description

Bibliographic Details
Main Author: Graça, Magda Teixeira (author)
Format: masterThesis
Language:por
Published: 2015
Subjects:
Online Access:http://hdl.handle.net/10773/13721
Country:Portugal
Oai:oai:ria.ua.pt:10773/13721
Description
Summary:Depois de ter alcançado o reconhecimento internacional como membro permanente do CSNU, em detrimento de Taiwan, em 1971, a RPC, volvidas quase quatro décadas, tem um novo desafio a enfrentar. O Japão prepara-se para se candidatar a membro permanente do CSNU e a China poderá vir a ter de partilhar a liderança regional com um velho invasor. Barry O’Neill identificou a RPC, de entre os países que integram o círculo dos membros permanentes do CSNU, como sendo o membro que detém um poder de veto que se destaca dos restantes quatro membros (EUA, Inglaterra, França e URSS). Como sublinha o autor, “Veto members occupying outlying positions like China, have especially high voting power…”. No entanto, analisando esta questão num quadro de debate sobre o tema do alargamento do CSNU, a possibilidade de o Japão vir a integrar um dos novos assentos atribuídos a membros permanentes levanta a questão da modificação do actual status quo da China. Em específico, esta tese explora o recurso a uma aliança entre China e os países do sudeste asiático para preservar a manutenção do status quo numa eventual reforma da Organização das Nações Unidas (ONU), particularmente do Conselho de Segurança (CSNU). Para compreender este tema, é preciso começar por analisar porque é que a China pode temer a entrada do vizinho Japão no CSNU. Iremos argumentar que a China receia que tal leva à perda do seu status quo dado que o Japão revela uma rivalidade pela ascendência regional. Neste trabalho, para além de se recordar o percurso histórico de das relações externas entre a China e o Japão, revendo o impacte das invasões do Japão em território chinês, e depois também de se abordar a questão de Taiwan e as oscilações na política sino-americana, são apresentados ainda os vários cenários de alargamento do CSNU e analisada a diferença entre poder e satisfação. São também identificados os pontos fortes da China, relativamente ao Japão, no que toca à imagem que cada um destes países, históricos rivais, tem junto dos países vizinhos do sudeste asiático. Pretende-se com este trabalho provar que a China aliada aos países do sudeste asiático conseguirá salvaguardar o status quo que alcançou enquanto líder regional. A China estrategicamente serve-se de marcantes episódios da história para reforçar a identidade com os países do sudeste asiático, identificando-se nomeadamente como um dos países que foi alvo das atrocidades cometidas pelos japoneses, durante as invasões japonesas. Mas a China aponta também os fracassos do Japão, nomeadamente na gestão da crise financeira asiática, ocorrida entre 1997-1999. Ao longo desta dissertação vários são os trabalhos referidos que servem de prova a este argumento, como por exemplo os textos de Jim Rolfe, Pavlik, Thakur, Yan Xuetong e Drezner Este estudo poderá servir de patamar a outros temas de investigação. O objectivo desta dissertação é abrir também caminho para se encontrarem temas prospectivos de investigação, nomeadamente a China como mercado de oportunidades, sobretudo numa altura em que a RPC já é considerada uma potência regional, revelando também já desempenhar um papel à escala internacional que no entanto ainda não se encontra inteiramente definido.