| Summary: | Introdução: Em Portugal, o uso da internet é algo muito comum e tem vindo a aumentar exponencialmente nos últimos anos suscitando, por um lado, interesse junto dos investigadores em aprofundar o tema mas, por outro lado, muita confusão na sua compreensão. Objetivo: Analisar o papel preditivo dos traços da personalidade no uso problemático generalizado da internet. Método: 300 estudantes universitários portugueses (idade média = 20.3 anos, DP = 1.72) preencheram um questionário sociodemográfico, a Escala de Uso Problemático Generalizado da Internet (GPIUS2) e o Inventário da Personalidade NEO-FFI20. Resultados: Encontramos pontuações médias no UPGI correspondentes a risco médio. O Neuroticismo correlacionou-se positivamente e mostrou ser um preditor significativo, de UGPI (Regulação do Humor, Preferência pela Interação Social Online, Autorregulação Deficiente e Consequências Negativas). A Extroversão apresentou uma correlação negativa com a Regulação do Humor e a Preferência pela Interação Social Online. A Amabilidade e a Conscienciosidade apresentaram uma correlação negativa com a Preferência pela Interação Social Online. A Abertura à Experiência apresentou uma correlação negativa e revelou ser um preditor negativo significativo de Autorregulação Deficiente. Os estudantes do sexo masculino apresentaram pontuações estatisticamente mais elevadas de Consequências Negativas e os estudantes do sexo feminino de Amabilidade. O sexo revelou ser um preditor significativo de Consequências Negativas. Conclusões: O Neuroticismo é um importante correlato e preditor positivo de todas as dimensões do UPGI. Os restantes traços da personalidade também revelaram desempenhar um papel importante em algumas das dimensões do UPGI, quer como correlatos positivos ou negativos, quer como preditor negativo (Amabilidade). Este estudo, ainda que preliminar, contribui para a compreensão do papel da personalidade e do sexo na expressão do UPGI.
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