Resumo: | A docência é considerada um trabalho de risco uma vez que pode influenciar os níveis de stress e, consequentemente, conduzir a uma situação de burnout, se não se verificar o recurso a estratégias de coping adaptativas que ajudem a ultrapassar estes obstáculos, prevenindo doenças. Neste sentido, pretendendo contribuir para uma melhor compreensão desta temática na população docente, no contexto do ensino superior, este estudo teve como objetivos 1) caracterizar o nível de stress percebido; 2) identificar as principais fontes de stress; 3) verificar e caracterizar a ocorrência de burnout; 4) identificar as estratégias de coping utilizadas na gestão do stress; 5) explorar o papel das variáveis sociodemográficas na perceção de stress, no burnout e nas estratégias de coping, 6) identificar possíveis correlações entre estratégias de coping, stress e burnout, 7) explorar o papel das estratégias de coping na explicação dos níveis de stress e burnout e, 8) perceber se houve alteração na perceção de stress, burnout e nas estratégias de coping utilizadas, no contexto atual de pandemia Covid19. Recorreu-se a uma amostra não aleatória de conveniência de 102 professores de ensino superior, aos quais se aplicou o QSPES, o Oldenburg Burnout Inventory, a Versão Portuguesa da Coping Job Scale e um questionário sociodemográfico. A informação recolhida foi analisada com recurso ao SPSS, versão 25. Os resultados indicaram que a maioria dos docentes percecionam elevado stress, apresentando um nível mais saliente na dimensão “distanciamento” do burnout, e valores mais baixos na dimensão “exaustão”. A estratégia de coping mais utilizada é “estratégias de confronto”, tendo-se verificado a ocorrência de correlações, positivas e fortes, entre as estratégias de coping e o nível de stress e burnout percebido. Foi, ainda, possível comprovar o papel das estratégias de coping na explicação dos níveis de stress e burnout.
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