Conservação do túmulo de Frei João Coelho (séc.xvi) em Pedra de Ançã da Igreja do Mosteiro de Leça do Balio

O túmulo de Fr. João Coelho, localizado na Igreja do Mosteiro de Leça do Balio, é um grande exemplar da escultura de estilo Manuelino, executada em pedra de Ançã, da autoria de Diogo Pires, o Moço. Apesar da elevada qualidade de execução deste túmulo, bem como da importância do Monumento Nacional em...

Full description

Bibliographic Details
Main Author: Xavier, Ana Rita Martins Peixoto (author)
Format: masterThesis
Language:por
Published: 2022
Subjects:
Online Access:http://hdl.handle.net/10400.14/37177
Country:Portugal
Oai:oai:repositorio.ucp.pt:10400.14/37177
Description
Summary:O túmulo de Fr. João Coelho, localizado na Igreja do Mosteiro de Leça do Balio, é um grande exemplar da escultura de estilo Manuelino, executada em pedra de Ançã, da autoria de Diogo Pires, o Moço. Apesar da elevada qualidade de execução deste túmulo, bem como da importância do Monumento Nacional em que este se insere, a literatura sobre o mesmo é escassa, sendo a peça mencionada apenas em algumas publicações. Da mesma forma, não foram encontrados quaisquer tipos de registo relacionados com anteriores intervenções de conservação e restauro sobre o túmulo de Fr. João Coelho. No entanto, o estado de conservação atual do objeto de estudo, essencialmente na arca tumular, revela a possibilidade de aplicação de um revestimento que, uma vez envelhecido, terá oxidado, causando um grande impacto na unidade estética do túmulo, uma vez que se destaca uma mancha amarelada. Assim, verificou-se ser de extrema relevância a realização do estudo do túmulo de Frei João Coelho, incluindo a sua contextualização histórica, bem como da sua envolvente; o estudo dos fenómenos de alteração; o estudo dos pigmentos presentes; bem como a caracterização do microbioma. As análises de FTIR permitiram concluir que o amarelecimento na arca tumular terá sido, provavelmente, causado pela aplicação de óleo de linhaça. A análise da policromia, através de SEM, comprovou a presença de vermelhão, tratando-se possivelmente de policromia original. O recurso a métodos de análise biológicos permitiram a caracterização do microbioma da superfície do túmulo. Ainda na arca tumular, chegou-se à conclusão de que a generalidade das patologias presentes se deve à elevada presença de humidade e argamassas incompatíveis sobre o arcossólio do túmulo. No que diz respeito à intervenção sobre o túmulo, esta incidiu, essencialmente, na remoção de depósitos superficiais, e na remoção do revestimento de proteção envelhecido. Após a realização de vários testes de limpeza, optou-se pela utilização de carbonato de amónio para a remoção do revestimento amarelecido, fazendo uma remoção controlada do mesmo, tendo sido, desta forma, possível a restituição da correta leitura do túmulo de Fr. João Coelho.