| Resumo: | O planeamento das cidades ou de determinada área urbana é um exercício que tem por intuito qualificar o espaço de convivência e usabilidade dos aglomerados, na sua dimensão pública. No entanto, tendo em consideração a atual situação económica do país, muitos dos planos urbanísticos ou implementação no território português encontram-se suspensos, pairando no tempo a incerteza de quando é que voltam a ser resgatados. Em contrapartida, a revalorização e reabilitação do património edificado ou de construções devolutas, são intervenções cada vez mais pertinentes que, pelo seu carácter incisivo e controlado, se apresentam como ações pontuais, mas que têm uma escala de atuação ou contaminação muito maior, acabando por ajudar a acelerar as dinâmicas de regeneração e ativação dos centros urbanos esquecidos. Neste contexto, a presente dissertação debruça-se sobre o conceito de Acupunctura Urbana como meio alternativo, mas complementar, de urbanização, permitindo potencializar e regenerar determinados focos na cidade que carecem de intervenção imediata. A zona de eleição é a Frente de Rio e a Baixa da cidade de Coimbra, na qual se identificam espaços potenciais que, sujeitos a ações pontuais e incisivas, poderão instigar uma dinâmica de regeneração urbana natural. É claro que não se pode ignorar aquele que parece ser o maior entrave à regeneração desta vasta zona: o da linha de comboio e respectivas oficinas, que atuam como barreira física de ligação da cidade ao rio. Procura-se, então, perceber como é que, mediante intervenções de pequena escala, é possível revitalizar toda aquela área. Usa-se para ilustrar este caso uma analogia relativa às agulhadas que têm o intuito de despertar o sistema nervoso citadino cada vez mais adormecido e desenvolver, consequentemente, um exercício prático de projeto num destes pontos cirúrgicos: a antiga Fábrica A Ideal.
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