Summary: | Os trabalhos arqueológicos de emergência levados a efeito, nos últimos anos, na cidade de Lisboa e um projecto de investigação direccionado para este mesmo período focado no baixo Tejo permitiram uma considerável acumulação de dados sobre a ocupação orientalizante do território do antigo Estuário do Tejo. O seu estudo possibilita uma leitura integrada, tornando possível avançar hipóteses sobre as modalidades de contacto entre grupos humanos distintos (indígenas e exógenos), por um lado, e as que se referem às estratégias de povoamento entre os séculos VIII e VI a.n.e., por outro. A ocupação orientalizante concentra-se nas margens do Estuário do Tejo, situação que contrasta com o momento imediatamente anterior, o Bronze Final, quando o hinterland foi consideravelmente explorado. Esta concentração de sítios nas margens do rio deixa antever um sistema em rede, relativamente fechado. As relações deste espaço, profundamente orientalizado, com outros do Médio e do Alto Tejo, alguns com elementos também de matriz oriental, devem agora ser lidas em função destes novos dados.
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