Resumo: | Enquadramento: O afecto materno é uma relação emocional única, específica e duradoura, que se estabelece de um modo gradual, desde os primeiros contactos entre a mãe e o bebé, traduzindo-se num processo de adaptação mútuo, no qual, mãe e bebé, participam activamente. Objectivos: Determinar se as variáveis sociodemográficas têm impacto no afeto materno; Avaliar a influência das variáveis obstétricas no afecto materno; Verificar o impacto que o aleitamento materno tem no afecto materno; Verificar se o contacto pele a pele na 1ª hora de vida e a alojamento conjunto influenciam o afecto materno. Métodos: Estudo de natureza quantitativa, transversal, de carácter descritivo-correlacional e explicativo, sendo a amostra não probabilística por conveniência (n=312). A recolha de dados efectuou-se através de um questionário, que se divide em duas partes. A primeira faz a caracterização sociodemográfica, obstétrica, do aleitamento materno e variáveis da díada. A segunda inclui o inventário de afecto materno e a escala de atitudes maternas face à amamentação. Este instrumento de colheita de dados foi aplicado às mães na consulta de saúde infantil dos 2 anos de idade. Resultados: Verificou-se que a escolaridade materna (p=0,010), a escolaridade paterna (p=0,006) a experiência anterior de amamentação (p=0,025) a introdução da chupeta (p=0,035) e o comportamento (componente das atitudes face a amamentação p=0,006) tem poder explicativo sobre o afecto materno sendo que só este último apresentou poder preditivo. Conclusão: Os profissionais de saúde devem potenciar o processo pelo qual as mães se ligam ao bebé, respeitarem os caminhos que conduzem ao envolvimento emocional e aumentam os ganhos em saúde. Palavras-chave: Afecto materno; Relação mãe-filho; determinantes.
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