Summary: | Este estudo analisa a implementação do Acolhimento Familiar na SCML, desde os meados dos anos 80 do século XX até à atualidade, identificando os fatores que explicam a sua trajetória neste organismo, bem como os constrangimentos encontrados. Para a prossecução deste estudo, foi utilizada uma estratégia metodológica de tipo intensivo com características qualitativas. Concluiu-se que, o facto de o Acolhimento Familiar não se ter sustentado num modelo técnico e estruturado, conduziu não só a um distanciamento dos objetivos subjacentes ao mesmo, como gerou uma conotação negativa à volta desta política pública. Este fator terá sido preponderante para que a SCML determinasse a extinção deste serviço, em meados dos anos 90 do século XX, e realocasse os recursos para o acolhimento residencial, embora este fosse mais dispendioso. O enquadramento jurídico, que durante muitos anos permaneceu desfavorável à captação de famílias de acolhimento e ao efetivo exercício das mesmas, e a insuficiente cultura de Acolhimento Familiar, parece ser uma consequência da configuração da política pública nos seus anos primordiais. Atualmente, a combinação de um conjunto de fatores, designadamente as evidências científicas; a pressão ao nível internacional; a sensibilização da Mesa de Administração da SCML; o grupo de pressão técnico e institucional da SCML; e a alteração ao quadro jurídico, refletiram-se na crescente importância do Acolhimento Familiar, no quadro das políticas públicas e na agenda da nova direção da SCML, e consequente na alocação de recursos e estratégias para que a política fosse efetivamente implementada.
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