Sono e Tempo de Ecrã em Idade Pediátrica

Introdução: O sono desempenha um papel essencial no bem-estar físico, emocional e comportamental das crianças. A compreensão das particularidades fisiológicas do sono das crianças e das suas necessidades no que diz respeito à duração do sono são essenciais para a adequada transmissão dos cuidados an...

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Detalhes bibliográficos
Autor principal: Cerca,Filipe (author)
Outros Autores: Prior,Catarina (author)
Formato: article
Idioma:por
Publicado em: 2018
Assuntos:
Texto completo:http://scielo.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0872-07542018000100005
País:Portugal
Oai:oai:scielo:S0872-07542018000100005
Descrição
Resumo:Introdução: O sono desempenha um papel essencial no bem-estar físico, emocional e comportamental das crianças. A compreensão das particularidades fisiológicas do sono das crianças e das suas necessidades no que diz respeito à duração do sono são essenciais para a adequada transmissão dos cuidados antecipatórios aos pais. Objetivos: Revisão da literatura científica relativa à fisiologia do sono dando particular destaque à duração ótima de sono nas diferentes idades pediátricas e à potencial influência da utilização de ecrãs multimédia na qualidade do sono. Métodos: Revisão de estudos de metanálises, revisões sistemáticas, normas de orientação clínica e estudos originais publicados em português ou inglês entre 01/2000 e 08/2017 na base de dados Pubmed / Medline usando os seguintes termos MeSH: sono; duração de sono; fisiologia do sono; ecrã multimédia; criança e neurodesenvolvimento. Desenvolvimento: Tanto a arquitetura do sono como a sua duração variam com a idade. Embora existam diferenças entre indivíduos, há intervalos de referência para a duração de sono noturno e de sestas que devem ser cumpridos. Com a progressão da idade, devem ser ainda equacionadas outras variáveis no sentido de otimizar a qualidade do sono. A restrição do uso de ecrãs multimédia, especialmente no período noturno, é essencial, dada a crescente evidência de associação entre o uso excessivo destes dispositivos e uma má qualidade de sono. Os adolescentes são o estrato etário mais vulnerável aos ecrãs multimédia. O uso excessivo destes dispositivos, bem como o próprio conteúdo acedido, podem ser responsáveis ​​por uma maior propensão para obesidade, comportamentos de risco, depressão, desempenho escolar medíocre, diminuição das competências sociais e dificuldades de atenção. Conclusão: Os cuidados antecipatórios relacionados com a otimização do sono das crianças e com a utilização adequada de ecrãs multimédia devem ser rotineiramente abordados como parte integrante de uma consulta de promoção de saúde infantil e juvenil. O médico deverá ser capaz de reconhecer sintomas ou comportamentos sugestivos de um uso inadequado dos ecrãs multimédia, bem como identificar crianças com risco acrescido de uso excessivo destes dispositivos.