O espaço e as pequenas potências

Neste trabalho de investigação procurou-se determinar quais as motivações que levam as pequenas potências a investir no espaço, de que forma e em que medida o têm feito e quais os contributos do poder espacial para a consecução dos desideratos nacionais. A investigação foi delimitada ao estudo de oi...

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Detalhes bibliográficos
Autor principal: Marado, Bruno (author)
Formato: masterThesis
Idioma:por
Publicado em: 2016
Assuntos:
Texto completo:http://hdl.handle.net/10400.26/11393
País:Portugal
Oai:oai:comum.rcaap.pt:10400.26/11393
Descrição
Resumo:Neste trabalho de investigação procurou-se determinar quais as motivações que levam as pequenas potências a investir no espaço, de que forma e em que medida o têm feito e quais os contributos do poder espacial para a consecução dos desideratos nacionais. A investigação foi delimitada ao estudo de oito pequenas potências asiáticas e europeias: Coreia do Norte, Malásia, Tailândia, Vietname, Bélgica, Dinamarca, Irlanda e Portugal, tendo a observação da amostra contemplado quatro dimensões: investimento, capacidades espaciais, motivações e contributos para a consecução dos desideratos nacionais. Depois de analisados vários indicadores, concluiu-se que as pequenas potências asiáticas em análise conseguem, com investimentos governamentais inferiores (metade das europeias), uma maior presença no espaço tendo colocado até ao presente 20 satélites próprios, contra apenas sete dos europeus (apesar destes garantirem acesso a mais produtos e de melhor qualidade por via cooperativa). Adicionalmente, enquanto na Europa se assiste a um ténue aumento do investimento no espaço (8% entre 2009-2012), na Ásia assiste-se a uma “corrida espacial” com um aumento acentuado (105% no mesmo período). Quanto às motivações, concluiu-se que as pequenas potências asiáticas são movidas principalmente por motivos políticos, enquanto as europeias são movidas por motivos económicos. Apesar das diferentes abordagens, todas estas pequenas potências retiram do espaço contributos para a consecução dos desideratos nacionais. Foi por fim possível responder à questão “Num contexto de crescente presença no espaço das pequenas potências asiáticas e europeias, quais as motivações, caminhos percorridos e quais os contributos do poder espacial para a consecução dos desideratos nacionais, nas vertentes política, económica e de segurança?”, afirmando-se que “Embora as pequenas potências asiáticas e europeias desenvolvam o seu poder espacial a fim de retirar contributos para a consecução dos desideratos nacionais, nas vertentes política, económica e de segurança - as asiáticas conseguem com investimentos governamentais inferiores obter mais capacidades autónomas e uma afirmação pela presença no espaço superior, pelo fato de as europeias optarem pela via cooperativa de forma assimétrica e colocarem a tónica na vertente económica, especializando-se em subsistemas, ficando com capacidades autónomas residuais, apesar de garantirem acesso a mais produtos espaciais e de melhor qualidade numa ótica de utilizador. Esta distinção deve-se principalmente às motivações, maioritariamente políticas na Ásia, enquanto na Europa são económicas”. Abstract: This research work aimed to determine the motivations that lead small powers to invest in space, how and in which extend they are doing it, as well as which is the contribute to the achievement of national desideratum. Eight asian and european small powers were chosen as observation field: North Korea, Malaysia, Thailand, Vietnam, Belgium, Denmark, Ireland and Portugal. The analysis was conducted considering four dimensions of the space power: investment, capabilities, motivations and contribution to the achievement of national desideratum. After analyzing several indicators, it was observed that asian small powers with smaller investments in space sector (half than the europeans), were able to launch 20 satellites up to today, facing only seven from the europeans. Additionally, while in Europe we assist to a small increase on the space budgets (8% increase from 2009 to 2012), in Asia we assist to a “space race” with a marked increase (105% on the same period). Regarding their motivations, the small asian powers are driven mainly by political reasons, while their european counterparts are driven mainly by economic reasons. Although they follow different approaches, all this small powers take advantage from space to the achievement of their national desideratum. Finally, it was possible to answer the central question “In a context of increasing space presence of asian and european small powers, which motivations, ways and how does space power contributes to the achievement of their national desideratum, in the political, economic and security fields?”, referring that “Although both asians and europeans develop their space power aiming to get contributions to the achievement of their national desideratum – in the politic, economic and security fields – asians are able to get more autonomous capabilities with smaller government investment, and a higher affirmation due to their wider space presence. This is because the europeans choose an asymmetric cooperative way, emphasizing the economic aspect, specializing themselves in subsystems, remaining only residual autonomous capabilities, although ensuring access to more space products, and with higher quality. This differences arise because the motivations in Asia are mainly political, while in Europe are economic.