Cessação Tabágica

O tabagismo está associado a um risco aumentado de doença oral, pois o tabaco expõe a cavidade oral a carcinogénicos tóxicos que podem ter um papel na iniciação e promoção do carcinoma. O tabaco é o principal indutor do carcinoma oral das células escamosas e é considerado responsável por 50% a 90% d...

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Detalhes bibliográficos
Autor principal: Barbosa, Flávio Manuel de Jesus (author)
Formato: masterThesis
Idioma:por
Publicado em: 2018
Assuntos:
Texto completo:http://hdl.handle.net/20.500.11816/2995
País:Portugal
Oai:oai:repositorio.cespu.pt:20.500.11816/2995
Descrição
Resumo:O tabagismo está associado a um risco aumentado de doença oral, pois o tabaco expõe a cavidade oral a carcinogénicos tóxicos que podem ter um papel na iniciação e promoção do carcinoma. O tabaco é o principal indutor do carcinoma oral das células escamosas e é considerado responsável por 50% a 90% dos casos de carcinoma oral no mundo. A incidência do carcinoma oral das células escamosas é quatro a sete vezes maior em fumadores do que em não fumadores. Cancro oral e pré-cancro ocorrem com maior frequência em fumadores, e deixar de fumar diminui o risco de cancro oral dentro de 5 a 10 anos. A exposição ao tabaco também é prejudicial à saúde periodontal, e o status de tabagismo é um fator importante no prognóstico da terapia periodontal, cicatrização oral de feridas, terapia com implantes e estética. Fumar provoca descoloração dos dentes e das restaurações dentárias, e está associado a halitose, diminuição do paladar e aumento da prevalência e gravidade da doença periodontal. A cessação do tabagismo pode interromper a progressão da doença e melhorar os resultados da terapia periodontal. A consulta de medicina dentária oferece uma oportunidade única para ajudar os utilizadores de tabaco a alcançar a cessação tabágica, em comparação com outros prestadores de cuidados de saúde. Os médicos dentistas estimam com maior precisão o uso de tabaco pelo paciente, no entanto são menos consistentes no que diz respeito à intervenção, e têm um baixo conhecimento em relação à cessação tabágica. Mais de 40% dos dentistas não questionam sobre o uso do tabaco e 60% normalmente não aconselha os fumadores a parar. Os riscos de fumar podem ser reduzidos ao cessar o hábito em qualquer idade. Desistir de fumar tem benefícios imediatos e a longo prazo, reduzindo os riscos de doenças causadas pelo fumo. Parar de fumar imediatamente reduz os riscos de doenças cardiovasculares e carcinoma. O risco de enfarte do miocárdio diminui em 50% no primeiro ano de abstinência. Os médicos dentistas podem transmitir adequadamente ao fumador as alterações orais potenciadas pelo uso do tabaco assim como todas as patologias em que o tabaco está presente. O conhecimento adequado por parte do médico dentista garante a possibilidade de oferecer um aconselhamento adequado com base na disposição do paciente em abandonar o vicio, salvaguardando a relação entre o médico dentista e o paciente. É importante que o médico dentista compreenda as terapias de substituição de nicotina, farmacoterapia e cigarros eletrónicos para responder a quaisquer perguntas que possam ser colocadas pelo paciente. Neste estudo temos como objetivo abordar quais as alterações e as lesões provocadas pelo tabaco na cavidade oral, qual o papel do médico dentista na cessação deste hábito e quais as técnicas utilizadas para este fim, assim como perceber os conhecimentos dos alunos de mestrado integrado em medicina dentária do IUCS acerca do tema e os seus hábitos tabágicos. As conclusões do nosso estudo evidenciam a necessidade de incorporar medidas e novos métodos de ensino para a cessação tabágica como uma componente formal no ensino das faculdades de medicina dentária. É essencial promover uma formação mais contínua dos estudantes de medicina dentária para assim desenvolverem as suas capacidades e competências para poderem intervir da melhor forma contra o tabagismo