Relação entre os esquemas mal adaptativos e os ferimentos auto-infligidos em jovens universitários

Os ferimentos auto-infligidos são uma forma intencional e não fatal de infligir dor ou lesão sobre si mesmo de diversas formas que não são culturalmente ou socialmente sancionados. Ainda não são claros os mecanismos relacionados a este tipo de comportamento, sendo que alguns estudos têm apontado a i...

Full description

Bibliographic Details
Main Author: Sousa, Rafaela Faria (author)
Format: masterThesis
Language:por
Published: 2020
Subjects:
Online Access:http://hdl.handle.net/10400.14/29922
Country:Portugal
Oai:oai:repositorio.ucp.pt:10400.14/29922
Description
Summary:Os ferimentos auto-infligidos são uma forma intencional e não fatal de infligir dor ou lesão sobre si mesmo de diversas formas que não são culturalmente ou socialmente sancionados. Ainda não são claros os mecanismos relacionados a este tipo de comportamento, sendo que alguns estudos têm apontado a importância dos esquemas mal adaptativos e crenças nucleares subjacentes ao processamento de informações. Este estudo teve como principal objetivo estudar a relação entre os esquemas mal adaptativos e a prática de ferimentos auto-infligidos nos jovens universitários em Portugal. A amostra foi constituída por 339 estudantes, 69.3% do sexo feminino. Os ferimentos auto-infligidos foram avaliados através do Inventário de Comportamentos de Risco e Auto-dano para Adolescentes – RTSHIA; e os esquemas mal adaptativos através do Questionário de Esquemas de Young – YSQ - S3. Foi, também, utilizado um questionário sociodemográfico. A prevalência de ferimentos auto-infligidos foi de 47.6%, na maioria dos casos há mais de três meses. Foi encontrada uma correlação positiva estatisticamente significativa entre os comportamentos lesivos e todas as subescalas dos esquemas mal adaptativos. Foram encontradas diferenças estatisticamente significativas em alguns esquemas mal adaptativos em função de variáveis sociodemográficas como o género, idade e estado civil dos pais. Participantes que receberam apoio apresentaram uma prevalência superior de comportamentos lesivos, apresentando, também, diferenças nos esquemas mal adaptativos. Os resultados obtidos enfatizam a importância de estudar variáveis do indivíduo, como as suas crenças e a existência de comorbilidade no estudo da prática de ferimentos auto-infligidos, no sentido de informar a prática clínica.