Resumo: | O conhecimento da existência, no último terço de Oitocentos e princípios de Novecentos, de registos técnicos e económicos elaborados por proprietários, procuradores, administradores ou feitores, em especial de grandes casas agrícolas, deixa antever a sua utilização não só na gestão patrimonial, mas também no controlo das actividades agrícolas. Desconhece- se, exactamente, a forma como, ou se, estes registos fundamentam as tomadas de decisão por parte do proprietário/lavrador, mas há alguma evidência da sua utilização. Neste capítulo damos conta da existência, da diversidade e do interesse destas formas já estruturadas de registo que anunciam as modernas práticas de gestão agrícola. Na primeira parte apresentam-se, a par de uma breve resenha sobre a evolução dos registos contábeis, alguns dos documen tos consultados em várias casas agrícolas, realçando a organização subjacente a cada um deles (secção 5.1). Na segunda parte, e de uma forma relativamente minuciosa, mostra-se, a partir dos livros da Casa de Ficalho, o que neles se pode ‘ler’, ou seja, o tipo de informação por eles fornecida, quer sobre a exploração agrícola e o sistema de produção praticado, quer sobre a Casa e o seu proprietário (secção 5.2). Na terceira parte apresentam-se os registos contábeis como fontes de informação essenciais para fundamentar hipóteses teóricas formuladas no âmbito da historiografia contemporânea e da economia rural (secção 5.3).
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