Resumo: | Esta dissertação trata de demonstrar que numa cidade composta de variados "layers" representativos das vivências e organizações que nela foram ocorrendo ao longo da sua existência é ainda possível sobrepor mais layers. Neste caso, tratamos de um layer que surge dos vazios sobrantes da construção de todos os outros layers existentes e que, maioritariamente, se encontra nos interiores de quarteirão. Este layer, acarreta o valor do desconhecido por parte da cidade, na medida em que estes espaços sempre foram encerrados e privatizados aos seus habitantes locais. No entanto, cada vez mais começam a ser pensados e visualizados como espaços intermediários entre o público e o privado, podendo assim serem considerados espaços coletivos que permitem criar uma rede de espaço público capaz de abranger uma área cada vez maior, desde a rua, ao jardim, à praça, ao interior de quarteirão. De forma a comprovar que estes espaços têm grandes potencialidades não só para o espaço em si como também para a qualidade de vida de todos os habitantes da cidade, foram analisados dois projetos no centro histórico da cidade de Lisboa, no sentido de perceber quais os objetivos e intenções que levaram à sua construção bem como os sucessos e ausências de cada um. Para que esta análise fosse ainda mais aprofundada, indo além de uma simples visita ao local e estudo da obra, foi também realizada uma entrevista a um dos arquitetos, autor de um desses projetos, para que fosse possível entender as preocupações necessárias para a criação de um espaço deste tipo, bem como tudo o que pode influenciar ou ser influenciado nestes espaços.
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