Resumo: | A União Europeia exigiu que as sociedades cotadas aplicassem as normas internacionais de contabilidade nas suas demonstrações financeiras consolidadas do exercício de 2005. Esta nova realidade gerou a redução de 3% do nível médio de capitais próprios e o aumento de 1% do nível médio dos resultados líquidos das maiores Instituições Financeiras europeias, pertencendo a Portugal, Espanha, Luxemburgo, Reino Unido e Bélgica as principais variações registadas. A identificação do trajecto de transição enfrentado por este tipo de sociedades permite a extrapolação de experiências para as Instituições que se preparam agora para enfrentar o processo de convergência contabilística. Verificou-se o registo de ajustamentos de transição heterogéneos, quer positivos quer negativos, caminho ao normativo contabilístico definido por cada norma internacional de contabilidade pelas Instituições Financeiras sediadas no mesmo país, o que dificultou a nomeação das normas responsáveis pelas principais variações em cada país. Tal como esperado, as únicas normas que originaram o registo de ajustamentos materialmente relevantes por todas as Instituições ao nível dos capitais próprios, foram as relacionadas com os instrumentos financeiros. As normas relacionadas com as combinações de negócios geraram o registo de ajustamentos materialmente relevantes em 81% dos países analisados, ao nível dos resultados. Foram identificados dois sistemas contabilísticos representativos das tendências de convergência observadas: o primeiro, que distingue os países de índole continental dos países anglo-saxónicos e o segundo, que distingue os países em que a principal fonte de financiamento é a banca dos que o financiamento é obtido junto dos credores e investidores, tal como definidos por Callao e Jarne (1995) na era anterior à transição contabilística.
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