Summary: | O ambiente familiar constitui um espaço privilegiado que contribui de forma significativa para o desenvolvimento harmonioso da criança. Proporciona o encontro entre gerações, a transmissão de afetos e valores e constitui uma rede de apoio natural face às diversas tarefas desenvolvimentais e/ou momentos de crise. Neste domínio, o divórcio parental, enquanto momento de stresse e adversidade, pode constituir uma ocasião de oportunidade e/ou risco. Na presença de stresse e adversidade é necessário que a família seja suficientemente flexível para se adaptar às novas circunstâncias. A resiliência, enquanto processo que permite ultrapassar as adversidades, bem como a coesão e adaptabilidade são fatores fundamentais neste processo. A presente investigação integra um estudo correlacional cujo objetivo geral consiste em averiguar e analisar os mecanismos utilizados pelas crianças e jovens na adaptação positiva ao processo de divórcio parental. Este estudo contou com uma amostra não probabilística de 62 participantes (n=31 progenitores; n=31 filhos), que responderam a dois questionários sócio demográficos (uma versão para pais e outra para filhos) e três instrumentos: o Inventário MSR (Measuring State and Child Resilience), a Escala HKRAM (Healthy Kids Resilience Assessment Module) e a Escala FACES III (Family Adaptability and Cohesion Evaluation Sacle). Os resultados indicam uma associação positiva entre níveis elevados de resiliência e níveis elevados de coesão e satisfação familiares percebidas. Além disso, as características de resiliênciatraço nos progenitores parecem contribuir para a promoção da resiliência nos filhos. Assim, após o divórcio, a resiliência nos filhos pode ser facilitada pela coesão familiar e pela resiliência parental.
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