Summary: | As exigências e desafios impostos pelo aumento da esperança média de vida implica novas formas de perspetivar o envelhecimento ao nível das políticas sociais. De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS) torna-se premente o desenvolvimento de iniciativas que visem a promoção dos três pilares do envelhecimento ativo: saúde, segurança e participação social. Múltiplas iniciativas têm sido desenvolvidas em prol da promoção da saúde e da segurança; no entanto, o pilar da participação social tem sido o menos explorado. Na tentativa de responder a este desafio, este estudo, realizado em Aveiro, procurou explorar as perceções dos munícipes em torno da participação social dos mais velhos no município e da criação de um Conselho Municipal Sénior. Procedeu-se à recolha e análise dos testemunhos de dois grupos de munícipes, designadamente: pessoas com mais de 55 anos e representantes de áreas-chave do município. Os dados foram recolhidos através de entrevistas de grupo focal. O primeiro grupo foi constituído por 12 participantes, com uma média etária de 62,5±4,55; o segundo grupo foi constituído por 8 participantes, com uma média etária de 50,5±9,18. Os dados foram submetidos a análise de conteúdo. Os principais resultados sugerem que os munícipes têm a perceção de que a participação social das pessoas idosas no município é escassa, apontando, entre outras causas: as fracas condições de acessibilidade; a falta de adequação das respostas comunitárias face aos desafios/necessidades das pessoas idosas; a escassez de iniciativas; o isolamento; limitações a nível financeiro e funcional. De entre as principais formas de promover a participação dos mais velhos destacaram-se: o reforço das redes de vizinhança; o envolvimento das pessoas idosas no planeamento das iniciativas que lhes são destinadas; e o reconhecimento e valorização das suas capacidades, recursos e competências. De uma forma geral, aideia de desenvolver e implementar um Conselho Municipal Sénior em Aveiro foi bem aceite e apreciada pelos munícipes, tendo estes considerado que um órgão desta natureza é essencial para que as pessoas idosas possam ser parte ativa dos assuntos da comunidade. Os resultados obtidos são importantes para a futura regulamentação de um Conselho desta natureza, no município, e para a definição de novas estratégias que visem a promoção da participação social dos mais velhos.
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