Aspetos rítmicos no fraseado de Michael Brecker: transcrição e análise de três improvisações

Michael Brecker foi um dos saxofonistas tenor mais influentes após John Coltrane, sendo descrito como aquele que viria a abrir caminhos às novas gerações de saxofonistas. Os estudos académicos realizados acerca do seu estilo de improvisação ao longo dos últimos vinte anos, contudo, abordaram essenci...

Full description

Bibliographic Details
Main Author: Marques, Manuel Alfredo Cepa (author)
Format: masterThesis
Language:por
Published: 2016
Subjects:
Online Access:http://hdl.handle.net/10400.22/8893
Country:Portugal
Oai:oai:recipp.ipp.pt:10400.22/8893
Description
Summary:Michael Brecker foi um dos saxofonistas tenor mais influentes após John Coltrane, sendo descrito como aquele que viria a abrir caminhos às novas gerações de saxofonistas. Os estudos académicos realizados acerca do seu estilo de improvisação ao longo dos últimos vinte anos, contudo, abordaram essencialmente aspetos melódicos e harmónicos do seu fraseado. No entanto, atendendo que o ritmo é considerado um elemento de grande importância na improvisação jazzística, o presente trabalho visa aprofundar o conhecimento sobre a linguagem de Michael Brecker, centrando-se nos aspetos rítmicos do seu fraseado. Para desenvolver este estudo, selecionaram-se e transcreveram-se três improvisações executadas nos temas: “Half Moon Lane”, “Anagram” e “When Can I Kiss You Again”, retiradas do seu último trabalho discográfico “Pilgrimage” (2007). O critério subjacente à seleção das improvisações incidiu sobre composições de compasso quaternário com andamentos e ambientes rítmicos diferentes (Ballad, Medium even 8th’s, Up Swing). A análise das improvisações foi executada em três fases distintas: na primeira fase descreveram-se os aspetos gerais da composição, designadamente, estilo, métrica, andamento e estrutura formal da composição e do respectivo solo; na segunda fase efetuou-se a análise rítmica descrevendo de forma sequencial a estruturação, a construção e a subdivisão rítmicas das frases. Quanto aos aspetos rítmicos da improvisação, utilizou-se como referência as técnicas de construção melódico-rítmica expostas nos métodos de Crook, Bergonzi, Siron e Cugny, nomeadamente: the play/rest approach, variedade no tamanho, na forma como em cada compasso inicia e finaliza as frases, densidade/atividade rítmica, sincopação, variação motívica, aumentação/diminuição rítmica, deslocação rítmica e polirritmia. Na terceira fase, analisaram-se os aspetos relacionados com o time feel, designadamente a acentuação, a colocação rítmica, o swing time feel e as inflexões. Concluiu-se que apesar das três improvisações serem executadas em ambientes rítmicos muito distintos, Brecker utiliza em cada uma delas as técnicas de construção melódico-rítmicas anteriormente referidas e que os aspetos rítmicos encontrados na análise dos solos emergem como ferramentas essenciais para entender e executar melhor a música de Michael Brecker, confirmando a importância do pensamento rítmico na construção de uma improvisação coerente.