As vogais do português entre aprendentes chineses e suas implicações no desenvolvimento de um programa de português

A aprendizagem do português em universidades chinesas tem crescido fortemente nos últimos anos (Lei 12). Porém, estes aprendentes manifestam dificuldades particulares, pois o português é tipologicamente muito diverso da sua L1, gerando a necessidade de identificar com precisão os problemas (Nunes, &...

Full description

Bibliographic Details
Main Author: Castelo, Adelina (author)
Other Authors: Santos, Rita (author)
Format: bookPart
Language:por
Published: 2018
Subjects:
Online Access:http://hdl.handle.net/10451/33815
Country:Portugal
Oai:oai:repositorio.ul.pt:10451/33815
Description
Summary:A aprendizagem do português em universidades chinesas tem crescido fortemente nos últimos anos (Lei 12). Porém, estes aprendentes manifestam dificuldades particulares, pois o português é tipologicamente muito diverso da sua L1, gerando a necessidade de identificar com precisão os problemas (Nunes, "Overall Analysis" 38), para construir programas de português e metodologias adequados a este público. Considerando a importância da qualidade vocálica na avaliação do sotaque em língua não materna (Moyer 16); as dificuldades fonéticas reveladas pelos aprendentes chineses (Wang 27-31; Nunes, "Overall Analysis" 38); a complexidade do sistema vocálico português (cf. descrições do mesmo, por exemplo, em Mateus e Andrade 17-23; Castelo, "Competência Metafonológica" 77-103); o predomínio de erros na produção de vogais em português língua estrangeira (Castelo, et al.), este estudo visa contribuir para identificar as dificuldades específicas no domínio das vogais por parte dos aprendentes chineses. Seguindo a categorização de erros proposta em Castelo, et al., comparamos os erros na produção oral e escrita de vogais por parte de 7 informantes chineses que apresentam diferentes níveis de proficiência no português e realizaram exames na Universidade de Lisboa. Os resultados mostram erros sobretudo orais (72% vs 28% escritos), associados a problemas na altura de vogal (85%, enquanto só 26% dos erros envolvem o ponto de articulação de vogal) e em vogais átonas, bem como alguns erros de ausência de acento gráfico na escrita. A caracterização destas dificuldades permite-nos sublinhar alguns tópicos necessários num programa de português ajustado a este público (parâmetro altura de vogal, processo de redução vocálica, oralidade, e importância do acento gráfico), bem como propor conjuntos de tarefas que ilustram propriedades úteis em materiais didácticos para abordar esses tópicos.