Resumo: | Este artigo tem por objectivo mostrar a importância das gárgulas figurativas nos edifícios religiosos no nosso país, cuja interpretação discursiva e qualidade plástica é bastante significativa. Apesar disso, não atraiu até agora a atenção dos nossos historiadores de arte. O nosso propósito é analisar algumas gárgulas que representam a figura humana, na sua relação com os pecados (nomeadamente a luxúria e a gula) e com aspectos grotescos e escatológicos. Daqui resulta uma importante vocação didáctica das mesmas, funcionando como exempla, mas também estética e lúdica. As gárgulas cumprem funções pedagógicas e simbólicas, mantendo uma íntima relação discursiva com o seu público-alvo, motivos mais que suficientes para a sua integração e legitimação.
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