Evolução espacial e temporal das comunidades de macrofauna bentónica na plataforma costeira ao largo do estuário do Tejo: factores naturais versus antropogénicos

O presente trabalho encontra-se inserido no programa de monitorização ambienta1 do emissário submarino da Guia - componente sedimentar. A área em estudo situa-se a Oeste da baía de Cascais, entre o Cabo Raso e o Farol da Ponta de Santa Marta, tendo sido caracterizada, em 1994, antes deste emissário...

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Detalhes bibliográficos
Autor principal: Castro, Hermínia Maria Costa Correia Cardoso de (author)
Formato: masterThesis
Idioma:por
Publicado em: 2018
Assuntos:
Texto completo:http://hdl.handle.net/10773/24027
País:Portugal
Oai:oai:ria.ua.pt:10773/24027
Descrição
Resumo:O presente trabalho encontra-se inserido no programa de monitorização ambienta1 do emissário submarino da Guia - componente sedimentar. A área em estudo situa-se a Oeste da baía de Cascais, entre o Cabo Raso e o Farol da Ponta de Santa Marta, tendo sido caracterizada, em 1994, antes deste emissário entrar em funcionamento. O sedimento era constituído por areias limpas finas a muito finas, com baixo teor em matéria orgânica, e a comunidade de macrofauna bentónica foi apontada por Rodrigues & Quintino (1995) como sendo do tipo Venus gallina (Thorson, 1957), enquanto os gradientes de enriquecimento espacialmente mais importantes, tanto no que se refere aos descritores sedimentares como aos biológicos, eram nos sentidos costa-largo e plataforma-estuário (Quintino & Rodrigues, 1995). i Em 1997, já com o emissário em funcionamento, foram efectuadas 4 campanhas de arnostragem, nos meses de Janeiro, Abril, Junho e Outubro, procurando analisar a variação dos descritores sedimentares e biológicos, principais gradientes espaciais e suas variações temporais (sazonais) mais importantes. Sempre que possível, foi feita a comparagão com a situagão existente em 1994, procurando detectar a magnitude da perturbação eventualmente introduzida pelo funcionamento do-emissário. - - Para além do mapeamento de vários descritores ao longo do tempo, estudou-se a estrutura da comunidade de macrofauna bentónica e aplicaram-se métodos uni- e multivariáveis para a deteccão das diferenças espaciais e alterações temporais na área em estudo. Verificou-se que o funcionamento do emissário submarino da Guia provocou, até ao momento, uma diminuição marcada dos valores de potencial redox do sedimento junto aos difusores e um aumento importante em elementos estranhos ao sedimento. Não se verificaram alterações significativas nos teores em sólidos voláteis totais, o que indica que a matéria orgânica introduzida no sistema estará a ser integrada de forma eficiente pelo meio receptor. Os gradientes espaciais de enriquecimento para os descritores sedimentares e biológicos, nos sentidos plataforma-estuário e costa-largo, mantiveram-se, relativamente à situação de referência, enquanto a abundância, riqueza específica, biomassa e os índices' de diversidade (H') e equitabilidade (J) sofieram um aumento bas.t ante acentuado, muito embora seja facilmente reconhecida a comunidade . de macrofauna bentónica existente em 1994. Junto ao emissário, foi verificada uma alternância sazonal mais evidente do que nas zonas mais próximas do estuário, provavelmente devido ao facto de os locais de amostragem junto aos difusores do emissário se encontrarem mais próximos entre si. Há alguns indícios de .que estejamos em presença de estádios iniciais .de enriquecimento orgânico, como sejam a diminuição nos valores de potencial redox do sedimento, a introdugão de algumas espécies consideradas como oportunistas e indicadoras de enriquecimento orgânico (ex: CapiieZZa spp.), de detritívoros (ex: Nassarius reticulatus, Pariambus typicus) e, evenlxalrnente, o aumento generalizado na abundância, riqueza específica e biomassa, não havendo, contudo, nenhuma perturbação instalada que implique alterações - graves na comunidade de macrofauna bentónica.