A utopia demopédica da República

Um dos principais lugares-comuns presentes em grande parte dos discursos difundidos entre o final do século XIX e o início do século XX, designadamente os oriundos do campo republicano, era o que considerava a educação como factor principal do progresso das sociedades. A importância dessa concepção...

Full description

Bibliographic Details
Main Author: Pintassilgo, Joaquim (author)
Format: bookPart
Language:por
Published: 2013
Subjects:
Online Access:http://hdl.handle.net/10451/8308
Country:Portugal
Oai:oai:repositorio.ul.pt:10451/8308
Description
Summary:Um dos principais lugares-comuns presentes em grande parte dos discursos difundidos entre o final do século XIX e o início do século XX, designadamente os oriundos do campo republicano, era o que considerava a educação como factor principal do progresso das sociedades. A importância dessa concepção resultava da conjugação das influências iluminista e positivista. No que diz respeito ao republicanismo, podemos mesmo considerar o positivismo, ainda que não um positivismo ortodoxo, como a sua grande fonte doutrinária. Bem na linha do organicismo que caracterizava essa corrente, o republicanismo imaginava a República como momento de regeneração social, ou seja, de construção de uma nova era, ainda que enraizada no passado da comunidade nacional, mas que a retirasse da decadência em que havia caído, segundo se acreditava, por responsabilidade da Monarquia. Nessa óptica, era à educação que estava atribuída a missão de construir o «homem novo» republicano, o cidadão consciente e participativo capaz de garantir a permanência do novo regime.