Summary: | O desempenho das vias-férreas é fortemente influenciado pelo comportamento da sua subestrutura. As características intrínsecas e de estado dos geomateriais e a existência de singularidades, as quais se traduzem por uma variação brusca de rigidez das camadas de apoio da via e, em alguns casos, conduzem a assentamentos diferenciais importantes, influenciam a qualidade geométrica, medida ao nível dos carris. O presente trabalho analisa a influência da rigidez das camadas e da existência de singularidades na evolução da qualidade geométrica da via. Para tal, apresentam-se resultados da caracterização realizada durante a construção e da monitorização na fase de operação de um trecho de via-férrea construído no âmbito da modernização de uma linha, em Portugal. Analisa-se a variação da rigidez das camadas e do nivelamento longitudinal dos carris, no tempo e ao longo da via. Conclui-se que a existência de singularidades ao nível da subestrutura da via influencia a qualidade geométrica e a sua evolução. Apesar de os aterros de transição, construídos entre as terraplenagens e as obras de arte e sobre as estruturas enterradas, promoverem uma transição de rigidez relativamente mais gradual do que a que existiria na sua ausência, ainda assim, essa singularidade reflete-se na qualidade geométrica da via e na sua evolução ao longo do tempo. Em face dos resultados obtidos, propõe-se que a análise da degradação das zonas de transição se faça utilizando critérios distintos dos habitualmente utilizados.
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