Summary: | O Projecto ORFEUS assentou na pesquisa histórica e musicológica sobre o espólio musical do mosteiro eborense de S. Bento de Cástris, mosteiro cisterciense feminino, afiliado na abadia-mãe de Alcobaça desde finais do século XIII. Trata-se do mais antigo mosteiro cisterciense a sul do Tejo, e a inventariação dos seus bens, aquando da morte da última religiosa em 1890, dá conta de um número bastante significativo de Livros de Coro e de manuscritos musicais, sendo que a pesquisa desenvolvida pelo Projecto ORFEUS permitiu a identificação de diversos exemplares que não estavam, até agora, atribuídos ao mosteiro. Tratou-se de um trabalho que, precisamente pela sua dimensão exploratória, pode vir a ser utilizado numa abordagem comparativa tanto em termos locais como nacionais ou mesmo internacionais. Na documentação do mosteiro de S. Bento de Cástris a referência de religiosas ligadas à música surge com alguma regularidade ao longo do tempo histórico, de que analisámos especialmente o período pós-tridentino, com o objectivo de enfatizar continuidades ou alterações no quotidiano litúrgico e na praxis musical das monjas. A presença de tangedoras de vários instrumentos no mosteiro é significativa, oriundas maioritariamente da região de Évora e seus arredores, ansiando a instituição por jovens que perpetuassem a função da música e do canto, devendo cumprir, porém, os requisitos do D. Abade do mosteiro de Alcobaça, Geral da Congregação de Santa Maria de Alcobaça (1567).
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