Summary: | A bovinicultura leiteira da ilha de São Miguel representa 64,1% da produção do arquipélago dos Açores e este representa 31,2% da produção nacional. O parasitismo gastrointestinal em bovinos em sistemas extensivos aliado às condições ambientais propícias ao seu desenvolvimento pode levar a grandes perdas económicas. A intensidade da infeção parasitária, o sistema de produção e a idade dos animais refletem-se na produção de leite e no peso da carcaça no matadouro. Considerando-se o impacto que os parasitas gastrointestinais causam à bovinicultura, o objetivo deste trabalho foi identificar e determinar a prevalência de parasitas gastrointestinais em fêmeas bovinas com idade superior a 47 meses com pelo menos uma parição (categoria D) da raça Holstein Frísia (HF) criados e abatidos em matadouro da Ilha de São Miguel nos Açores. Foram utilizados métodos coprológicos qualitativos e quantitativos para se determinar o parasitismo e estimar as possíveis perdas económicas na produção de carne através da classificação destas carcaças no matadouro. Das 120 amostras analisadas, observou-se o parasitismo por estrongilídeos gastrointestinais (EGI) em 35,8% dos animais, infecções por Moniezia spp. em 5% e coccidiose por Eimeria spp. em 7,5%. Ao se comparar o peso das carcaças em que se observou a ocorrência de parasitose, constatou-se que os animais parasitados apresentavam em média 17,40 kg a menos do que os animais não parasitados. As perdas económicas associadas às parasitoses poderiam ser evitadas com medidas profiláticas adequadas com base em análises parasitológicas frequentes. Realça-se o papel do médico veterinário na sensibilização dos criadores para promover as boas práticas de controlo das parasitoses.
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