Summary: | O presente estudo investiga as representações simbólicas acerca de casa de 5 mulheres Sem-Abrigo da cidade de Lisboa e, ao mesmo tempo, identifica as suas preferências em termos habitacionais e serviços de apoio. Trata-se de uma amostra pequena, mas que incluiu uma relativa diversidade de situações, nomeadamente, toxicodependência, violência doméstica, problemas de saúde mental, gravidez na adolescência, terem filhos/não terem filhos. A pesquisa empírica baseia-se primordialmente em entrevistas semi-estruturadas, complementadas pela aplicação do photovoice e escrita criativa, no sentido de promover uma participação proactiva e empowerment das participantes. Levando em linha de conta as suas trajectórias habitacionais e, partindo da sua experiência como utentes de algumas respostas de alojamento, o estudo identifica elementos relevantes para o desenvolvimento da concepção dos serviços de apoio e, consequentemente, para a reconstrução de estratégias de reinserção social que permitam a passagem para uma vida autónoma. Estas directrizes são contextualizadas em dois países distintos – Canadá e Portugal – analisando-se, numa perspectiva internacional, as dimensões afectivas e físicas do espaço habitacional, enquanto resposta de apoio. O estudo chega à conclusão de que, para estas mulheres, ter uma casa significa terem autonomia, independência, sendo fundamental para construírem as suas relações sociais e para sentirem estabilidade nas suas vidas.
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