Determinantes da sintomatologia depressiva pós natal: Efeitos da saúde perinatal e sintomatologia depressiva pré-natal.

Objetivos: Este trabalho tem como objetivos (1) analisar a prevalência da sintomatologia depressiva durante a gravidez e no período pós parto, utilizando instrumentos de auto-relato com cut-offs estabelecidos através da comparação com entrevista clinica gold-standard e ajustados aos diferentes perío...

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Detalhes bibliográficos
Autor principal: Silva, Fábio Ruben de Maia e (author)
Formato: masterThesis
Idioma:por
Publicado em: 2016
Assuntos:
Texto completo:http://hdl.handle.net/11328/1590
País:Portugal
Oai:oai:repositorio.uportu.pt:11328/1590
Descrição
Resumo:Objetivos: Este trabalho tem como objetivos (1) analisar a prevalência da sintomatologia depressiva durante a gravidez e no período pós parto, utilizando instrumentos de auto-relato com cut-offs estabelecidos através da comparação com entrevista clinica gold-standard e ajustados aos diferentes períodos, pré natal e pós natal; e (2) analisar o efeito preditor da sintomatologia depressiva durante a gravidez e da saúde perinatal na sintomatologia depressiva pós parto. Método: Foram recrutadas, 180 mulheres no principal hospital da cidade do Porto e em centro de saúde primários da região, preenchendo medidas de autorrelato de depressão, às 35 semanas de gestação e aos 2 meses após o parto e um instrumento clinimétrico acerca da saúde perinatal, 3 a 4 dias após o parto. Análises descritivas foram utilizadas para caracterizar a amostra e estimar a prevalência de sintomatologia nos dois períodos, modelos de regressão linear foram utilizados para analisar o efeito preditor da sintomatologia depressiva pré parto e da saúde perinatal na sintomatologia depressiva pós parto. Resultados: A prevalência de sintomatologia depressiva das mulheres revelou-se mais acentuada durante o período pré natal do que no pós natal. Relativamente ao efeito preditor da sintomatologia depressiva pré natal na sintomatologia depressiva pós natal, verificamos que um efeito estatisticamente significativo, o mesmo acontece não acontece no caso do efeito preditor da saúde perinatal na sintomatologia depressiva pós natal. Conclusão: A sintomatologia depressiva demonstrou ser superior no período pós natal em relação ao período pré natal. Utilizando questionários de autorrelato, cut-offs empiricamente validados para a população específica devem ser considerados. Pela primeira vez um cut-off adaptado à população portuguesa foi usado como referência, este fator pode estar na génese dos resultados obtidos. Tendo em conta este fator, o estudo aponta para o facto de que as mulheres podem enfrentar desafios principalmente após o nascimento da criança que potenciem a prevalência de sintomatologia depressiva. A sintomatologia depressiva pré natal demonstrou um efeito preditor na sintomatologia depressiva pós natal, uma deteção precoce da sintomatologia durante a gravidez deveria ser um dos principais focos dos serviços de saúde, procurando evitar que as mães cheguem ao período pós natal demonstrando sintomatologia depressiva, facilitando a transição para a parentalidade e consequentemente promovendo uma mulher relação com a criança e um melhor ambiente familiar. O efeito preditor da saúde perinatal na sintomatologia depressiva pós natal não se evidenciou, uma possível explicação para estes resultados, prende-se com o facto de que em estudos anteriores as variáveis de saúde perinatal eram analisadas individualmente, enquanto que no nosso estudo, as variáveis perinatais estão agrupadas em domínios específicos de forma a compreender a saúde perinatal globalmente e atingir uma abordagem mais alargada dos outcomes perinatais.