Resumo: | A cardiomiopatia hipertrófica (CMH) primária é uma das doenças cardíacas mais frequentes em felinos, e caracteriza-se em termos fisiopatológicos por uma hipertrofia concêntrica do músculo cardíaco, que se traduz numa diminuição da função diastólica do mesmo. As manifestações clínicas desta doença estão relacionadas quer com a insuficiência cardíaca secundária a esta disfunção diastólica quer com o aparecimento de complicações tromboembólicas, que são muito frequentes e uma importante causa de morbilidade e mortalidade nestes animais. Os mecanismos que predispõem um animal com CMH a eventos tromboembólicos estão relacionados com a estase sanguínea, o dano endotelial e a activação da cascata de coagulação que ocorrem nesta patologia. Dado o mau prognóstico associado a complicações como o tromboembolismo arterial, torna-se essencial adoptar estratégias preventivas nos felídeos com CMH. A profilaxia deste tipo de complicações tem sido tradicionalmente realizada utilizando ácido acetilsalicílico (AAS) (vulgarmente conhecido por aspirina), heparina ou varfarina. No últimos anos têm surgido novos agentes quer antiagregantes plaquetares, quer anticoagulantes. O seu uso em medicina veterinária tem crescido e a sua aplicabilidade em situações tromboembólicas tem sido alvo de vários estudos. Esta dissertação tem como objetivo fazer uma revisão bibliográfica sobre o estado actual dos conhecimentos sobre profilaxia do tromboembolismo arterial em gatos com CMH.
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