É cada um para o que nasce?: Desenvolvimento das atribuições causais da pobreza infantil na infância e soluções percebidas para a pobreza

O presente estudo analisa o desenvolvimento das atribuições causais da pobreza infantil, o papel do estatuto sócio económico nestas atribuições e as soluções que as crianças identificam para a pobreza. Foram entrevistadas crianças com idades entre os 6 e 12 anos (N = 107), e os resultados mostram a...

Full description

Bibliographic Details
Main Author: Costa, Leonor Pereira da (author)
Other Authors: Rodrigues, Ricardo Borges (author), Waldzus, Sven (author)
Format: article
Language:por
Published: 2022
Subjects:
Online Access:http://hdl.handle.net/10437/12514
Country:Portugal
Oai:oai:recil.ensinolusofona.pt:10437/12514
Description
Summary:O presente estudo analisa o desenvolvimento das atribuições causais da pobreza infantil, o papel do estatuto sócio económico nestas atribuições e as soluções que as crianças identificam para a pobreza. Foram entrevistadas crianças com idades entre os 6 e 12 anos (N = 107), e os resultados mostram a prevalência da externalização das causas da pobreza, nomeadamente através de explicações fatalistas (e.g. sorte) e estruturalistas (e.g. desemprego). Este estudo permite, ainda, verificar que as crianças percecionam dois tipos de soluções para a pobreza, que variam no grau de agência imputado à criança pobre. Análises de mediação mostram que a indicação de soluções que requerem a ação da criança pobre aumenta com a idade através do aumento da perceção de que a pobreza é causada por fatores sociais. Os resultados são discutidos em termos do desenvolvimento sociocognitivo, refletindo sobre as consequências das atribuições causais da pobreza na perpetuação das desigualdades sociais.