Resumo: | O Património Arquitetónico cisterciense em Portugal assume um papel de elevada importância. Os seus testemunhos ensinam-nos a forma como aconteceu o povoamento do território português no período primário do nosso país como nação. Tal como em Portugal, também por toda a Europa estas marcas cistercienses são importantes. As marcas deixadas pela arquitetura cisterciense em Portugal são constituídas por Mosteiros, Abadias e núcleos urbanos que se foram desenvolvendo em redor desse património. De entre os elementos que compõem esta herança, a nossa investigação irá destacar o Mosteiro de S. Dinis e S. Bernardo de Odivelas. Para além de ser o edifício monástico cisterciense feminino mais importante, e de ser um exemplo vivo do Gótico primitivo que a Ordem de Cister fundou em Portugal, o Mosteiro foi determinante na consolidação do Lugar de Odivelas. Apesar do Mosteiro de S. Dinis e S. Bernardo ter visto serem-lhe acrescentadas novas formas e novos espaços ao longo dos últimos séculos, adaptando-o às novas necessidades, nunca deixou de patentear as características cistercienses. Tal como todos os outros edifícios monásticos, não ficou imune às evoluções politicas e sociais, nem ao terramoto de 1755, nem à extinção de 1834. É neste sentido que parte a nossa investigação, para perceber a importância desta trajetória feita de reutilizações e adaptações a novas funções sem perder a sua identidade e história, recorrendo a metamorfoses como forma de encontrar “(…) um equilíbrio estável, instável, possível, (…)” (Collová, 2001, p. 64).
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