Resumo: | Introdução: O Foramen Oval Patente é uma anomalia congénita com elevada prevalência na população geral (≈25%). Na maioria dos casos é um achado incidental sem necessidade de tratamento. Porém, esta patologia foi associada a inúmeras condições patológicas major, nomeadamente, embolia paradoxal, enxaqueca, síndrome de descompressão em mergulhadores e síndrome de platipneia-ortodoxa. Esta anomalia é mais prevalente em pacientes com história de acidente vascular cerebral de idade inferior a 50 anos e parece não haver influências da raça ou sexo. Apesar de numerosos estudos terem sugerido uma forte associação entre foramen oval patente e a incidência de acidente vascular cerebral criptogénico, uma correlação clara ainda não foi estabelecida. As técnicas ecocardiográficas continuam a ser o exame gold-standard para fazer o diagnóstico. Apesar de ter sido proposto que a presença de foramen oval patente predispõe à ocorrência de eventos vasculares cerebrais, as terapias de prevenção para eventos isquémicos nestes pacientes ainda não foram testadas adequadamente, tornando difíceis eventuais comparações com o tratamento invasivo. A eleição de terapia farmacológica ou encerramento percutâneo tem sido objeto de intenso debate ao longo dos últimos anos. Objetivo: Avaliar se o encerramento percutâneo deve ser considerado como modalidade terapêutica na abordagem do foramen oval patente. Métodos: Na elaboração desta revisão, efetuou-se uma pesquisa bibliográfica baseada em documentos da base de dados eletrónica: PubMed, B-on, OvidSP e Science Direct. Resultados: O tratamento permanece controverso e pode ser realizado com terapia farmacológica (antiagregantes plaquetares ou anticoagulantes), encerramento percutâneo ou encerramento cirúrgico. Conclusões: O encerramento percutâneo do foramen oval tem sido proposto como uma opção terapêutica vantajosa para pacientes sintomáticos. Todavia, as evidências atuais não são suficientemente robustas para indicar que a oclusão percutânea do foramen oval patente é um tratamento mais seguro e eficaz do que o uso de anticoagulantes ou antiagregantes, na prevenção de eventos recorrentes.
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