| Resumo: | Como consequência da política cultural do Estado cubano, em 1979, entrou em vigor a Lei no. 23 Para a Criação dos Museus Municipais, dando inicio, em todo o país, à abertura dessas instituições com o objetivo principal de conservar os valores patrimoniais, históricos, identitarios e culturais em geral de cada uma dessas localidades. Durante toda a década de 1980, essa política conduziu à conformação da então Rede Nacional de Museus (RNM), sob a orientação da Direção Nacional de Património Cultural (DNPC), entidade subordinada ao Ministério da Cultura (MINCULT). Em Guantánamo, a mais oriental das províncias cubanas, o processo de abertura dos museus municipais iniciou-se a partir do ano 1981. Na atualidade, boa parte dessas instituições apresentam uma situação desfavorável, que marcam um apego à maneira tradicional de fazer museologia. Por décadas manteve-se a instabilidade de corpos diretivos e de funcionários, marcada por uma desmotivação fundamentada nos baixos salários e inadequadas condições de trabalho. Isso tem condicionado de maneira geral arrochos e retrocessos que, atendendo ao carácter sistémico que deve identificar o processo museal, alcançam as diferentes áreas em que se desenvolvem esse fazer. As problemáticas que em maior ou menor medida têm estado presentes na gestão do Sistema Provincial de Museus de Guantánamo (SPMG) durante as suas três décadas de ação indicam a ausência, até o presente, de uma estratégia organicamente estruturada que oriente de forma coerente a interação das instituições que integram esse sistema com seus respectivos entornos sociais, razão pela que emergiu este projecto de tese doutoral a fim de fortalecer, em alguns casos, e reorientar em outros, a dimensão social dos museus guantanameros, inspirado em boa parte da documentação produzida pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO) relativa aos museus, fundamentalmente no ano 2015, procurando contribuir para o desenvolvimento da sociomuseologia no território guantanamero. Como questão principal colocou-se uma interrogação que define o problema: como conseguir que o SPMG alcance uma maior inserção na dinâmica das comunidades onde estão localizadas cada uma de suas instituições? Esta interrogação conduziu a uma formulação. hipotética que orientou o processo de investigação ao constituir uma presumida resposta ao problema declarado e que seria ou não verificada durante o estudo: com uma adequada estratégia, desenhada desde uma perspectiva integradora e participativa, pode-se lograr que o SPMG alcance maior inserção na dinâmica das comunidades. As palavras chave ou categorias operacionais são: Museu; Museologia (Sociomuseologia); Sistema Provincial de Museus (de Guantánamo), Comunidade e Estratégia. Como objetivo geral foi proposto: Desenhar uma proposta de estratégia que garanta que o SPMG alcance maior inserção na dinâmica das comunidades desde uma perspectiva participativa e integradora. Deste, derivaram quatro objetivos específicos: 1. Fundamentar as principais categorias operacionais que constituem o suporte teórico da investigação. 2. Sistematizar a evolução histórica da atividade museal em Cuba. 3. Caracterizar o SPMG. 4. Desenhar uma proposta de estratégia participativa e integradora, funcional para os museus e para o entorno espacial da comunidade. Resultou importante identificar os ‘objetos’ que permitiram assegurar o sustento científico do estudo, e definiu-se como ‘objeto real’: o Sistema Provincial de Museus de Guantánamo, República de Cuba. Como ‘objeto de estudo’ ou ‘objeto construído’ a criação da proposta de estratégia. Quanto ao ‘objeto científico’ ou ‘objeto instrutor’, a Sociomuseologia, correspondendo com a área científica onde se inscreve o estudo (Sociomuseologia, Patrimônio e Desenvolvimento Cultural) e o ‘objeto empírico’ a relação museu-comunidade. Pelas razões antes expostas o campo empírico foi conformado pelas vinte e uma instituições que integram o SPMG. O objetivo fundamental que se assume com este trabalho é redimensionar a visão que ainda se tem da função social que devem desempenhar os museus e fazer compreender a necessidade de que o indivíduo conjuntamente com o seu contexto passe a ocupar o centro do processo, e onde o museu intervenha de maneira dinâmica no desenvolvimento do cotidiano das comunidades, que possa atuar como facilitador na viabilidade das soluções dos problemas mais diversos, e se converta em uma das entidades principais de cada uma das comunidades onde se encontrem.
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