Summary: | Apesar do caminho percorrido, a parceria de cuidados em pediatria continua a ser hoje um foco de atenção, constituindo um desafio para os enfermeiros que se preocupam com a saúde e o bem-estar das crianças, dos jovens e das famílias. Depois de analisada a natureza da “parceria de cuidados em uso” no contexto pediátrico e de constatar-se uma realidade ainda a ser trabalhada, desenhar um modelo de (re)construção dos cuidados em parceria, no contexto pediátrico, constituiu-se o objetivo deste estudo. Estudo de natureza qualitativa, assente nos referenciais teórico-metodológicos do interaccionismo simbólico e da grounded theory. Fizeram parte da amostra 12 enfermeiros da unidade de pediatria e 18 mães/pais presentes em tempo integral no internamento com o filho. A investigação foi centrada no contexto natural de ação dos enfermeiros, particularmente no contexto das interações com os pais presentes. Os dados, colhidos através de entrevistas semiestruturadas gravadas e através da observação participante, foram submetidos à análise de conteúdo através do recurso ao software NVivo 8. A análise efetuada centrada em dois níveis, nas realidades discursivas e nas realidades observadas, permitiu concretizar um conjunto de considerações, de índole reflexiva e prática, para a (re) construção dos cuidados em parceria. A partir dos pressupostos, “envolvimento dos pais no processo de cuidados” e “qualidade e ganhos em saúde” e com base nos princípios enunciados e na identificação de fragilidades no processo negocial, foi definida a estrutura do modelo explicativo, pela integração de propostas potencialmente mobilizadoras da parceria efetiva. Assente na valorização das dimensões que a caracterizam, o modelo criado evidencia a dinâmica do desenvolvimento dos cuidados de enfermagem em parceria com os pais, no contexto pediátrico. Pretende-se com este modelo estimular a discussão e despertar para uma reflexão sobre como se pode fazer melhor numa área que se afigura como central no cuidado pediátrico.
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