Resumo: | RESUMO: A paleontologia tem sido uma ferramenta poderosa nos estudos de proveniência de matérias-primas arqueológicas. A identificação do conteúdo paleontológico a três escalas (macro-, meso- e microscópica) contribui para a interpretação do ambiente deposicional. No estudo de proveniência dos materiais líticos do “Castro do Zambujal” (Torres Vedras, Portugal), foi recolhido sílex atribuído ao Cretácico (Cenomaniano) marinho e sílex atribuído ao Paleogénico continental. Nas amostras do Cenomaniano de Torres Vedras e de Sintra (30 km a sul) observaram-se texturas mudstone semelhantes, pobres em bioclastos, ao contrário das texturas wackestone/packstone de Lisboa (40 km a sul). No sílex do Paleogénico de Torres Vedras, texturas com rizoconcreções sugerem condições mais palustres, do que em Alenquer (20 km para Este) cujas texturas peloidais indiciam eventualmente um ambiente mais lacustre. Estudos petroarqueológicos apontaram para um abastecimento predominante em sílex do Cenomaniano (77%) e, em menor quantidade, do Paleogénico (23%). Esta abordagem contribuiu para detectar as rotas de mobilidade dessas comunidades há cerca de 5000 anos.
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