Resumo: | Cada vez mais os estudantes de origem africana no ensino superior referir-se-ão, não só a “estudantes internacionais”, mas também a afrodescendentes, descendentes de imigrantes africanos que chegaram no quadro dos fluxos migratórios dos anos 1980 e 1990, período de forte incremento e diversificação da imigração africana. Estes estudantes viveram toda ou boa parte da sua vida em Portugal e foram escolarizados no sistema educativo português. Passados cerca de 25 anos, uma parte desses jovens estarão hoje a frequentar o ensino superior, realidade emergente cujos traços gerais procuramos dar aqui conta através da análise estatística de dados provenientes de diversas fontes secundárias, e trabalhados, no âmbito do projeto “Caminhos escolares de jovens africanos (PALOP) que acedem ao ensino superior”. Diferentes estudos têm vindo a mostrar que os caminhos escolares dos descendentes de africanos no ensino básico e secundário encontram obstáculos acrescidos, com expectáveis consequências a jusante, como nas oportunidades de acesso ao ensino superior, mas pouco se sabe ainda sobre esta realidade. Quais os níveis de escolaridade dos jovens afrodescendentes? Como tem evoluído, na última década, o seu acesso ao ensino superior? Como se caraterizam os seus percursos escolares nas etapas prévias ao ensino superior? A presente comunicação procura contribuir para a resposta a algumas destas questões.
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