| Summary: | Este trabalho propõe uma reflexão acerca da intervenção no património construído no contexto da prática e da transformação arquitectónica, como resposta à necessidade, como profissional, de pensar este tema. Consiste numa abordagem focada na identificação e compreensão de estratégias de intervenção, bem como de obstáculos e constrangimentos. Haveria um sem-número de razões para adiar esta reflexão. A arquitectura está cheia de soluções mais curtas, mas a dada altura esta questão apareceu como inadiável. O conceito de salvaguarda exige este processo analítico para um maior entendimento dos casos de estudo. Não será necessário justificar a importância de perceber uma realidade como forma mais lúcida de nela intervir. Tomando como exemplo as obras efectuadas no Antigo Convento de São Domingos de Guimarães, este trabalho procura analisar alguns pressupostos nas atitudes e políticas de intervenção no património arquitectónico correntes na prática portuguesa desde o período medieval e a sua expressão no contexto cultural de cada tempo. As informações recolhidas foram obtidas a partir de pesquisa bibliográfica, consulta em arquivos documentais, da observação e análise próprias, participação em aulas ou seminários e reuniões com profissionais de alguma forma dedicados à salvaguarda do património ou relacionados com o Antigo Convento de São Domingos de Guimarães. O trabalho que se apresenta deixará, estou certa, mais perguntas do que soluções, mas escrevê-las revelou-se a decisão mais sensata para prosseguir a prática profissional com uma atitude mais consciente e disciplinada. O propósito é, abertamente, assumir o estímulo de um pensamento arquitectónico crítico como princípio de concepção recorrente na Arquitectura.
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