Resumo: | A Esperança e a Satisfação com a Vida são variáveis individuais que reflectem uma natureza disposicional. Têm recebido atenção especial quanto ao papel que desempenham na construção de um desenvolvimento humano positivo e como potenciais contributos para o desenvolvimento de outros comportamentos e atitudes positivas. Tendo como base as características e potencialidades destas variáveis, consideramos avaliar a estabilidade destas variáveis ao longo do tempo. O objectivo deste estudo é avaliar a estabilidade das respostas às escalas de Esperança e de Satisfação com a Vida para estudantes após um período de 6 meses numa população de crianças e adolescentes. Participaram 367 estudantes que constituíram uma amostra de conveniência, 53,1% do sexo feminino, com idade M = 11,78 (entre os 10 e os 15 anos) e escolaridade M = 6,98 (entre o 6º e 8º ano). O material utilizado foi a Escala de Esperança para Criançase aEscala de Satisfação com a Vida para Estudantes. Os resultados mostram que o coeficiente de fidelidade teste-reteste é de 0,60 para a escala de Esperança e de 0,69 para a escala de Satisfação com a Vida para Estudantes. Os resultados suportam a premissa teórica de que a Esperança e a Satisfação com a Vida compreendem propriedades de componentes traço. O desenho longitudinal deste estudo introduz um acréscimo temporal significativo, comparativamente a estudos conduzidos anteriormente e acrescenta um indicador de fidelidades aos estudos de validação das versões portuguesas das respectivas escalas. São discutidas implicações dos resultados encontrados.
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