Liberalismo e Opinião Pública. Representações da Imprensa liberal britânica em torno da revolução portuguesa de 1820

A revolução portuguesa de 1820 coincide com um período de maior radicalização ideológica do liberalismo na Grã-Bretanha que marcou declaradamente o confronto político entre conservadores e liberais. Este debate tornou-se transversal a toda a sociedade que, de uma forma concertada, assumiu formas de...

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Detalhes bibliográficos
Autor principal: Couceiro, Pedro (author)
Outros Autores: Silva, Elisabete Mendes (author)
Formato: bookPart
Idioma:por
Publicado em: 2022
Assuntos:
Texto completo:http://hdl.handle.net/10198/26185
País:Portugal
Oai:oai:bibliotecadigital.ipb.pt:10198/26185
Descrição
Resumo:A revolução portuguesa de 1820 coincide com um período de maior radicalização ideológica do liberalismo na Grã-Bretanha que marcou declaradamente o confronto político entre conservadores e liberais. Este debate tornou-se transversal a toda a sociedade que, de uma forma concertada, assumiu formas de protesto mais visíveis e marcantes, chamando a atenção não apenas do governo, mas igualmente da opinião pública. A fermentação de ideais liberais consubstanciados, por exemplo, na liberdade de expressão e imprensa e maior representatividade parlamentar resultou em episódios como o Massacre de Peterloo em agosto de 1819, liderados por movimentos radicais apoiados por membros da sociedade que prosperaram no contexto da revolução industrial e reivindicaram a reforma do sistema eleitoral, ainda que enfrentando o statu quo vigente liderado por uma classe proprietária. Por seu turno, a aproximação político-militar e a interdependência económica que caracterizou as intensas relações luso-britânicas desde o século XVIII justificou que a imprensa britânica acompanhasse com particular interesse toda a evolução política de Portugal. Muito provavelmente o conhecimento da revolução em Portugal não era precisa nem imparcial, mas, no entanto, era crucial informar sobre este evento uma vez que, aos olhos dos defensores das ideias liberais e dos jornais com linhas editoriais de pendor liberal e/ou radical, o mesmo simbolizava liberdade e defesa de valores constitucionais. Assim, o estudo sobre esta imprensa justifica-se ao pretendermos entender de que forma a revolução liberal portuguesa teve destaque na imprensa britânica e a que tratamento editorial obedeceu, avaliando a possibilidade de este processo revolucionário se ter constituído como um reforço ideológico para a campanha dos reformistas ingleses. Partindo da análise de um corpus documental constituído por alguns dos principais títulos da imprensa liberal inglesa, o objetivo central do nosso estudo consiste em contribuir para o entendimento que os britânicos foram compondo da revolução liberal de 1820 em Portugal ao longo dos primeiros tempos.