A transmissão transgeracional dos padrões de interação violenta dos reclusos agressores

O fenómeno da violência é uma realidade cada vez mais presente na nossa sociedade, facto que conduz, consequentemente, a um aumento gradual da população reclusa, detida pela prática de crimes violentos, em Portugal. Considerando que a violência é uma forma de expressão do comportamento que pode se e...

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Detalhes bibliográficos
Autor principal: Correia, Laura Maria Fernandes Rodrigues (author)
Formato: masterThesis
Idioma:por
Publicado em: 2021
Assuntos:
Texto completo:http://hdl.handle.net/10400.13/3082
País:Portugal
Oai:oai:digituma.uma.pt:10400.13/3082
Descrição
Resumo:O fenómeno da violência é uma realidade cada vez mais presente na nossa sociedade, facto que conduz, consequentemente, a um aumento gradual da população reclusa, detida pela prática de crimes violentos, em Portugal. Considerando que a violência é uma forma de expressão do comportamento que pode se exteriorizar de diversas formas, torna-se importante entender os aspetos que influenciam direta ou indiretamente na forma em que a própria violência se manifesta. Um dos fatores analisados nas últimas décadas diz respeito à exposição à violência ou a vitimação na infância na família de origem que parece estar relacionada com a execução de atos violentos na idade adulta e que amplificam o risco destes comportamentos se desenvolverem no futuro. As relações encontradas, embora variem entre fracas a moderadas, são congruentes e por esse motivo, no presente estudo pretendeu-se compreender como se relaciona o comportamento violento do sujeito com o processo de transmissão transgeracional dos padrões de interação violenta. Foi empregue uma metodologia qualitativa com recurso a um questionário sociodemográfico e à entrevista semiestruturada. Participaram no estudo 12 reclusos, do sexo masculino, do Estabelecimento Prisional do Funchal, detidos pela prática de crimes violentos. O tratamento dos dados foi realizado através da análise de conteúdo e nos resultados foi possível encontrar várias dimensões que na generalidade dos participantes suporta, efetivamente, um histórico familiar violento, nomeadamente o autoconceito; caraterização do comportamento violento do próprio indivíduo; caraterização do contexto relacional; representações acerca das relações familiares; e os planos de vida.