Podem os personagens secundários falar? posição feminina no documentário autobiográfico face à memória da ditadura militar no Brasil

RESUMO Diante do campo da autobiografia e de seu cruzamento com o cinema, no contexto da experiência legada pela ditadura civil-militar brasileira, este artigo pretende investigar certos modos políticos de enunciação e subjetivação, aqui postos em cena pelos documentários autobiográficos “Os dias co...

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Detalhes bibliográficos
Autor principal: Feldman,Ilana (author)
Formato: article
Idioma:por
Publicado em: 2018
Assuntos:
Texto completo:http://old.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1517-106X2018000200228
País:Brasil
Oai:oai:scielo:S1517-106X2018000200228
Descrição
Resumo:RESUMO Diante do campo da autobiografia e de seu cruzamento com o cinema, no contexto da experiência legada pela ditadura civil-militar brasileira, este artigo pretende investigar certos modos políticos de enunciação e subjetivação, aqui postos em cena pelos documentários autobiográficos “Os dias com ele” (Brasil, 2012), de Maria Clara Escobar, e “Diário de uma busca”, de Flávia Castro (Brasil, 2011). Nessas obras, realizadas por filhas de exilados e presos políticos, estão em jogo duas formas distintas de posição feminina e de busca pela figura paterna, nas quais coexistem exílio, memória, testemunho e até mesmo a disputa pelo filme que está sendo feito. Face ao problema do lugar secundário das filhas diante das utopias políticas dos pais, no contexto da experiência do fracasso das esquerdas no Brasil, “Os dias com ele” e “Diário de uma busca” propõem uma passagem do privado ao político, do pai ao país, a partir de uma ética da precariedade.