Resumo: | Este artigo pretende mapear algumas referências filosóficas na composição e no enredo do episódio “Proteu”, do Ulysses, de James Joyce, privilegiando as relações entre a técnica do fluxo de consciência ou monólogo interior e os conceitos de duração, tempo e consciência de Henri Bergson. Consideramos algumas interpretações críticas do texto de Joyce em ressonância com os desdobramentos da filosofia da vida e da consciência em Bergson para estabelecer as relações entre a obra literária e suas implicações filosóficas, bem como para sugerir alguns caminhos de interpretação do sentido da narrativa. Associamos, por fim, a imbricação de forma e conteúdo no enredo do episódio com as metamorfoses da imagem conceitual da duração, destacando o reposicionamento ao qual é conduzido o leitor diante do texto do episódio, em isomorfia com a posição que, no interior do texto do Ulysses, ocupam a linguagem em relação ao corpo e a consciência em relação à vida e à matéria.
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