Recarga de Aquíferos em Região de Clima Semiárido: uma Análise Acoplada entre Variabilidade Pluviométrica e Características Pedológicas

O conhecimento acerca de um recurso é base para sua gestão e para o desenvolvimento sustentável. No âmbito da explotação da água subterrânea, a consideração de questões ligadas à quantidade e à qualidade são diretrizes básicas. Entretanto, a estimativa das reservas aquíferas é cercada de incertezas...

Full description

Bibliographic Details
Main Author: Walczuk, André (author)
Other Authors: Campos, José Eloi Guimarães (author), Azevedo, Júlio Henrichs de (author)
Format: article
Language:por
Published: 2019
Subjects:
Online Access:https://doi.org/10.11137/2019_3_536_557
Country:Brazil
Oai:oai:www.revistas.ufrj.br:article/31234
Description
Summary:O conhecimento acerca de um recurso é base para sua gestão e para o desenvolvimento sustentável. No âmbito da explotação da água subterrânea, a consideração de questões ligadas à quantidade e à qualidade são diretrizes básicas. Entretanto, a estimativa das reservas aquíferas é cercada de incertezas e extrapolações, uma vez que o contato direto com essas águas é apenas pontual. O estudo dos processos de recarga surge como ferramenta para o aperfeiçoamento de modelos conceituais e numéricos. A pesquisa aqui apresentada foi desenvolvida no município de Caetité (Bahia) e tem por objetivo principal compreender os impactos que os fatores pluviométricos em associação com variações físicas do solo imprimem nas taxas de recarga de um aquífero. O estudo apresenta relevância social e científica, pois situa-se em região de clima semiárido e investiga um aquífero do tipo fraturado. Os resultados indicam que o volume de chuva propriamente dito relaciona-se em até 35% com a recarga, enquanto que variações na espessura dos solos impactam em até 9% as taxas percebidas em poços de monitoramento; por sua vez, a profundidade da superfície potenciométrica condiciona até 22% da eficiência dos processos de recarga. A não significância estatística dos testes de correlação cruzada entre as variáveis consideradas evidencia que questões distributivas da chuva apresentam relevância para a manutenção hídrica subterrânea. Volumes similares de precipitação podem se traduzir em diferentes taxas de recarga. Meses com concentração de precipitação beneficiam regiões de solos espessos e, a depender do período do ano, as diferenças nas taxas de recarga variam entre 34% e 335%. Anos com baixos volumes de precipitação contribuem para a recarga em locais com rochas fraturadas aflorantes ou mesmo onde os solos são pouco espessos, especialmente se há boa distribuição dentro do período chuvoso, isto é, eventos não concentrados.