Adultos jovens e a medicalização: perspectivas e sentidos a partir do discurso médico

Este trabalho trata-se de um estudo qualitativo, descritivo e exploratório que tem o objetivo geral de problematizar a relação entre o consumo de psicofármacos na população jovem de uma região do Rio Grande do Sul (RS) com a medicalização da sociedade a partir do discurso médico. Para tanto, foram r...

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Detalhes bibliográficos
Autor principal: Nietiedt, Giseli Sofia (author)
Formato: article
Idioma:por
Publicado em: 2018
Assuntos:
Texto completo:http://hdl.handle.net/10737/2286
País:Brasil
Oai:oai:null:10737/2286
Descrição
Resumo:Este trabalho trata-se de um estudo qualitativo, descritivo e exploratório que tem o objetivo geral de problematizar a relação entre o consumo de psicofármacos na população jovem de uma região do Rio Grande do Sul (RS) com a medicalização da sociedade a partir do discurso médico. Para tanto, foram realizadas entrevistas, baseadas em um roteiro semi-estruturado, com três médicos atuantes em dois CAPS I (Centro de Atenção Psicossocial) da região do Vale do Taquari (RS). Existe uma demanda de adultos jovens no local? Quais as causas que os levam a buscar o serviço? O serviço tenta manejar o uso de psicofármacos com outras estratégias de cuidado? Dentre as questões debatidas e analisadas estão a caracterização de demanda por atenção à saúde entre os adultos jovens que acessam estes serviços e quais as estratégias de cuidado que são estabelecidas pelos profissionais e pelas equipes. A partir da análise das entrevistas, constatou-se que a demanda por atendimento entre esta população é elevada e a preferência por psicofármacos é perceptível pelos profissionais. Questões culturais e sociais estão atreladas a essa hegemonia. Os serviços em questão visam a multidisciplinaridade e integração dos profissionais e saberes, oferecendo outras formas de atendimento e cuidado. Sendo assim, conclui-se que nem sempre a lógica de cuidado estabelecida nos CAPS está pautada na produção de novas formas de subjetivação que transcendam a perspectiva da medicalização, indicando que a clínica da Reforma Psiquiátrica deve ser alvo do investimento na formação dos profissionais de saúde que atuam no sistema público brasileiro.